quarta-feira, 29 de abril de 2015

Mãe de três: de familinha à “familhona”


Estava grávida de novo. Uau! Grávida de novo! Sim, decidimos ter mais um filho e aumentar a família.
A verdade é que estávamos bem menos ansiosos do que da primeira vez. Já tinha ouvido falar que “primeiro filho é porcelana e o segundo é tupperware” e parecia mesmo assim. Todas as inseguranças anteriores deram lugar a uma certeza enorme de que daria tudo certo e que os terríveis 3 meses do bebê passariam mais rápido do que antes.
Logo estávamos de novo na mesma sala de espera da ultrassonografia obstétrica de anos atrás. Barrigas de todos os tamanhos desfilavam por lá, pais e mães ansiosos analisando o resultado do ultra antes mesmo de sair do centro médico. E eu comendo meu chocolatinho para animar o baby para a hora do exame. 
“Bom dia bebês!” Diz a médica animada. Eu olho para o meu marido de rabo de olho... E ele me olha de volta sem entender. – Como assim? São dois? A médica faz uma pausa, e solta: “Deixa-me ver se não tem mais um escondidinho aqui” Tensão total no ambiente, vejo meu marido perder a cor e se segurar na cadeira. “Ah, são só dois mesmo!” Tensão, misturada com alívio? E olhamos para a tela abismados, as crianças davam cambalhotas no útero e víamos perfeitamente dois bebês, um do ladinho do outro, enquanto a médica deslizava o aparelho na barriga.
Pais de três! Nossa, por essa ninguém esperava. Por mais mágico que possa parecer, eu e meu marido só pensávamos nas contas e nas despesas que triplicariam dali para frente! Seriam 3 escolas para pagar... Um apartamento maior, um carro maior, uma babá... Ficamos paralisados e resolvemos voltar para casa a pé para digerir a informação. Pais de três... E a gente que olhava para os pais de três meio que como loucos, meio que como heróis, ainda não sabíamos em qual desses dois adjetivos nos encaixávamos.
Em uma época na qual ter filhos não se resume a aumentar a água do feijão e que viver dignamente vai muito além da saúde e educação providas pelo governo, a notícia nos tirou boas noites de sono, antes mesmo do nascimento dos bebês.
Mas, passado o susto da notícia, sabemos que vamos dar conta. Talvez a gente não vá para a Disney tão cedo, nem consiga pagar aulas de inglês, natação, judô e ballet ao mesmo tempo. Talvez aquela festa de 1 ano seja somente um bolinho para família. Talvez a gente até consiga administrar três cadeirinhas no banco do carro e resolva comprar uma cama “treliche” ao invés de mudar de apartamento...
Mas a gente vai dar um jeito! Sim, porque o mais importante mesmo é caber todo mundo à mesa para as refeições em família, onde a gente vai compartilhar muito mais do que alimento, vamos compartilhar nossos mais belos sonhos.  A mesa, a gente já está providenciando.
*Por Cinthia F.


2 comentários:

Unknown disse...

Cintia , li o seu texto e foi exatamente o que sentimos aqui em casa . Sou mãe de um menino de 7 anos e e duas meninas de 4. Hoje está mais fácil, o começo é loucura geral... mas no final é ter no coração esse amor de mãe que mal cabe no peito multiplicado por 3. Parabéns!

Blog Muito Além das Fraldas disse...

Jaqueline Ramos, obrigada pelo incentivo! Sim, já passamos da fase "loucura geral" que foram os 3 primeiros meses ;-). Agora a loucura é controlada. Abraço forte na sua família. Cinthia