quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Meu melhor presente de Natal: conhecer o Papai Noel e fazer parte de sua equipe!



O Natal sempre foi a data mais querida por mim, pois reunia as pessoas que mais amo: meus pais. Eles sempre trabalharam fora e mal tinham tempo para mim, só a noite. E quando chegava o Natal eu tinha certeza: eles seriam só meus! Então, cresci encantada com tudo isso! AMO, AMO O NATAL! 

Uma coisa que me encanta muito nessa época é o Papai Noel, é a magia que ele traz, a esperança.E eu nunca tinha visto um Papai Noel "de verdade", pois meus pais não eram frequentadores de shopping quando eu era criança. Mesmo assim, durante toda a minha infância, o Papai Noel se fez presente. Em todos os anos realizou meu desejo, pois sempre fui uma menina comportada, obediente e muito estudiosa.

Meu último presente do bom velhinho foi aos 11 anos, já no ano seguinte, descobri que era meu pai o meu Papai Noel! E quem disse que isso me fez desistir de conhecê-lo? O tempo passou, construí uma família e quando meu filho tinha 2 anos, resolvemos que era a hora de finalmente me apresentar para ele. 

Eu esperei 21 anos e foi realmente emocionante, e ainda é quando recordo! Fiquei numa fila imensa, tanta gente conversando e eu tão ansiosa por meu momento. Muitas lágrimas desciam de meus olhos, tentei disfarçar o tempo todo, quem já viu uma adulta chorando por causa do Papai Noel?!

Mas quanto mais a fila andava, mais emocionada ficava, mais difícil era conter as lágrimas e eu chorei, mas pude me recompor antes de falar com ele. Finalmente chegou a minha vez, depois de 21 anos, 45 minutos,aquela espera foi fichinha. 


 Tayane Galvão em seu primeiro encontro com o Papai Noel

Meu pequeno era quem devia ter recebido toda atenção, mas ele deu-me um pouquinho também, me sorriu, desejou-me boa noite e perguntou meu nome. Era como se soubesse que eu tinha esperado toda a minha vida por aquilo! A emoção, o nervosismo era tão grande que esqueci de dar um abraço no bom velhinho. Registramos o momento e com um Feliz Natal nos despedimos! 

Desde então, todos os anos eu o procuro e em todos os anos me emociono! Neste ano nos encontramos novamente, como era uma tarde de segunda, o shopping estava vazio e pudemos conversar um pouquinho mais. E dessa vez, finalmente, depois de 2 anos (não o encontrei em 2013), eu pude abraçá-lo e falar sobre meu amor e admiração por este lindo velhinho simpático! 

Dois dias depois do nosso encontro, realizei um outro sonho: fazer parte da equipe do Papai Noel.Juntamente com meu marido, lançamos uma promoção de Natal em minha loja: escolhemos uma escola de uma comunidade aqui da cidade, pedimos às crianças que escrevessem uma cartinha para o Papai Noel contando seu desejo de natal. 

Recolhemos as cartas e colocamos aqui na nossa Árvore dos Sonhos! Os clientes escolhiam as cartas, traziam o presente que a criança escolhida por ele havia pedido e na entrega recebia um cupom para participar da promoção. FOI UM SUCESSO! 

Se foi emocionante pra mim conhecer o Papai Noel, imagina fazer parte disso tudo!? 
A entrega aconteceu no dia 17/12, realizamos, juntamente com meus clientes e amigos, os sonhos de mais de 120 crianças. Entreguei, pessoalmente, o presente a cada uma delas, como ajudante do Papai Noel. 




E foi incrível ver em cada rostinho a felicidade por seu desejo ter sido realizado. Foi muito gratificante montar um time de "papais e mamães noéis" e tornar o sonho de uma criança real!  

A verdade é que o Papai Noel é muito mais do que dizem por aí, seu trabalho ultrapassa gerações. É uma tarefa simples, mas tão poderosa. Ensina esperança às nossas crianças, o alimento dos nossos sonhos! Ele está em todo lugar e tem ajuda de todas as pessoas que possuem alegria no coração! Nós sabemos que ele não existe em carne e osso, mas fazemos com que esteja presente em todo Natal. Ele é a alegria, a magia, a esperança e o amor! 

E como disse: agora estou em sua equipe, espero que logo, logo, você que está lendo, faça parte também! 

Feliz Natal!! 

Tayane Galvão
Mãe de Erikc, 5 anos

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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Ressuscitem o Natal!

Uns dizem que dezembro é o mês da falsidade, outros afirmam que daria para viver todos os 7 pecados capitais nesse mesmo período com perfeição: gula, avareza, luxúria, ira, inveja, preguiça e vaidade. Tudo isso em festas cristãs, em meio a família!




Parece que não encontro quem não tenha essa certeza. É como se o Natal fosse sempre um repeteco de dissabores dos anos anteriores... com personagens típicos de todas as famílias: o tio bêbado, a sogra falsa, a nora chata, o primo rico (e pedante), a prima pobre (e coitada)... Mas, o mais incrível, é que - na virada do ano - todos pedirão, de todo o coração, um ano novo “diferente”. 

Mas, quem sou eu nessa novelinha triste? Quem é você? A nora chata? A preguiçosa que nem ajuda a lavar a louça? A que sempre acha que o mundo conspira contra? A rainha da fofoquinha? A “super sincera” que na verdade é uma “super grossa” mesmo?

Quem é o sujeito da frase “Um Ano Novo diferente”? Eu sou o sujeito do meu novo ano, assim como você é o sujeito do seu novo ano e, claro, do seu Natal de hoje! Não está na hora de virarmos essa página e escrevermos uma história realmente diferente? Põe aí na sua lista (já coloquei na minha): “Um Natal Novo, melhor e mais bonito”. 

E como fazer isso? Começa jogando fora as mágoas e tira essa ideia da sua cabeça de que Dezembro é o mês da falsidade. Faça um esforço interno para ter pensamentos melhores que esse. Que tal se dar pelo menos o benefício da dúvida? Acredite que as pessoas realmente estão tentando melhorar como pessoa, como família e como cidadão.

As Festas podem ser sim um ambiente propício para pecadinhos e até pecadões (desde falar mal da sogra até dirigir alcoolizado), mas essa é sempre uma escolha sua. Não ponha a culpa no Natal, pelo amor de Jesus! Pegue a culpa para você, já que ela é sua mesmo. Ou melhor, jogue fora, jogue no lixo, todas as suas culpas e definitivamente comece de novo. 

Não espere o Ano Novo não. Comece agora. A pensar diferente, a agir diferente, talvez até a amar diferente, para resgatar o Natal de Amor, Paz e Alegria que você merece! 

Feliz Natal Novo!

Por Cinthia Fontoura, mãe de 3, 
em nome de Jan M Bormann, mãe de 2 e Bruna Chufuli, mãe de 1.
Equipe Muito Além das Fraldas

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Foto retirada do site Ellen Degeneres Show (bad_santa_photos#226203)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Presente de Natal: Aos 5 anos eu ganhei um Lar.




Meu maior presente de Natal foi um lar e uma família!

Me chamo Beatriz, mas todos me conhecem como “Bia”. Morava num abrigo para menores no interior de São Paulo, fui abandonada pelos meus pais que eram usuários de droga e viciados em bebida alcoólica.

Desde os meus 5 anos de idade nunca tive boas lembranças da infância, exceto pelo Natal inesquecível que passei na casa do Sr. Manoel. Ele era um bom homem que todo ano abria sua casa para receber as crianças do abrigo “Raio de Luz” onde eu morava naquela época.

Lembro-me como se fosse ontem a noite de Natal que eu e mais 4 “irmãos” do abrigo pudemos passar em sua casa ao lado dele e de sua esposa. Não porque a casa deles era grande e bonita, mas porque seu pequeno corpo (ele era baixo em estatura), abrigava um grande coração, talvez maior que aquela casa e seus muitos cômodos.

Eles preparavam todo ano uma linda ceia. E apesar da ceia grande e farta, preparada pelas talentosas mãos da Sra. Teresa, eles não tinham muitos familiares e talvez por isso eu me identifiquei tanto com aquela família, afinal, tirando os “irmãos” do abrigo, eu também não tinha mais ninguém.

No abrigo diziam que eles queriam ter filhos mas por um acidente que a Sra. Teresa passou ainda jovem, eles não puderam realizar este lindo sonho. E devido à burocracia do país para adoção, eles resolveram serem “pais” das crianças do abrigo, e por isso em toda data especial como: Natal e Páscoa, eles selecionavam 5 crianças para passarem o dia na casa deles.

Neste Natal, ano de 1990 (nunca me esquecerei) eu fui finalmente sorteada e pude desfrutar desta linda festa ao menino Jesus!

Sim, antes de cearmos ele nos contou a linda história do menino Jesus e qual o verdadeiro sentido do Natal.

Eu, Gisele, Luana, Maurício e Pedro vestimos nossas melhores roupas, e fomos à casa da rua 7. Lá, eles já nos aguardavam na porta, ansiosos como se nós fossemos visitas ilustres e nos sentíamos muito especiais.

Já na entrada da sala havia uma enorme árvore de Natal brilhante e embaixo dela vários presentes com nossos nomes. Eles compravam presentes para todas as crianças do abrigo, mas deixavam embaixo da árvore na véspera e só entregavam quando todos estavam presentes na manhã do dia 25. E neste dia não foi diferente.

Antes de sentarmos à mesa para iniciar a oração da ceia, brincamos, assistimos filmes de Natal e pudemos contar um pouco sobre nós, nossos sonhos e expectativas de vida. Eu era a “caçulinha” com apenas 5 anos, já meus “irmãos” tinham entre 7 e 12 anos e apesar da pouca idade, tinham muitas coisas pra contar.

Nos direcionamos à mesa, oramos e demos graças por aquele presente e enfim ceamos. No momento da oração, pedi fortemente a Deus que me proporcionasse aquele momento mais vezes, pois desejava de todo o coração ter um lar e uma família. Emocionada com a linda oração do Sr. Manoel eu chorei, mas não deixei que vissem, pois no abrigo aprendemos a ser fortes e o choro, puro e simples não muda nada (eu não sabia o que era chorar de emoção e de alegria).

Avançamos na mesa, estufamos nossas barrigas com aquela comida maravilhosa e bem diferente da servida no abrigo. Senti ali um tempero diferente que a Sra. Teresa disse ser amor.

Após o jantar, ela nos levou até um dos quartos da casa e disse que lá iríamos dormir. Tudo muito lindo, limpo e arrumado para nos receber. Mal conseguimos dormir tamanho conforto e silêncio, uma experiência inenarrável que somente quem já passou por algo parecido pode saber do que estou falando.

E já de manhã bem cedinho, nos levantamos, descemos, e junto dos demais “irmãos” do abrigo que haviam chegado, enfim abrimos os presentes. Sr. Manoel e Sra. Teresa com a ajuda das governantas do abrigo, começaram a entregar um a um e o meu foi o último! Quando vi o tamanho da caixa me alegrei, pois sonhava em ganhar uma boneca e imaginei que fosse uma linda boneca que um dia avistei de longe na vitrine de uma loja. E ao abrir era uma caixa de papelão com um enorme cartão.

Sra. Matilde (governanta do abrigo) pediu licença e pegou-o da minha mão abrindo para ler e quando todos fizeram silêncio ela começou: “Nós do Lar e Abrigo Raio de Luz, anunciamos que a nossa caçula Beatriz de Sousa Santos foi adotada pelo casal Galvão e a partir desta data estará sob custódia deles como seus novos pais, passando-se a chamar: Beatriz de Sousa Santos Galvão”.

E sem que ela tivesse terminado de ler todos já estavam com olhos “marejados” de lágrimas de felicidade por mim. Sim, naquele dia eu aprendi que existe choro de alegria, de emoção e que Deus ouve a oração das crianças, pois elas são puras de coração.

Naquela noite ganhei muito mais que a boneca que queria. Ganhei pais adoráveis, um lar e uma linda família.  Pra mim, foi um grande milagre de Natal!

“Vinde a mim as criancinhas, porque delas é o Reino dos céus" - MT. 19:14

Beatriz de Sousa Santos Galvão
Ainda não é mãe, mas já fez o pedido para o Papai Noel

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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Cheiro de mãe


Nunca vou me esquecer, a primeira vez que as deixei na escola, para o período de adaptação, antes mesmo de completarem 6 meses. Logo que voltei para buscá-las, a Juju estava com aquele (já esperado) chorinho de quem estranhava o ambiente novo. Quando a segurei no colo, ela parou imediatamente e a berçarista me falou "cheiro de mãe acalma".


"Quanta coisa cabe num abraço
Parece um laço, um leve amasso
Do céu, um pedaço
Que desfaz o meu cansaço..."


Se estão doentes, nem se fala... só serve o nosso colo, o nosso carinho, o nosso cheirinho! Mesmo quentes de febre, é pertinho da mãe que elas querem continuar.

Quando estão com sono e deitamos juntas, sempre acho que cada uma vai buscar seu espaço na cama. E mais uma vez eu me engano! Elas ficam bem juntinhas, "grudadinhas" como costumamos dizer e aquele cheirinho que acalma, vem trazendo o sono, os olhinhos vão lentamente fechando... e quando chega a hora de levar cada uma para sua cama, o primeiro impulso é um "susto" do tipo "por que estão me tirando daqui?" Eu as abraço, falando baixinho "mamãe está te levando pra sua cama" e quando percebem o cheirinho de confiança, elas se entregam ao sono.

Nas noites quentes, pedem água. Enquanto eu seguro o copo, elas parecem se certificar que está vindo mesmo de mim... com o quarto escuro, só podem me sentir. Nas noites chuvosas, com medo dos trovões, estão prontas para chorar e eu apareço para acalmá-las. Sentindo-se protegidas, deitam novamente... Reconhecem o cheiro do carinho, da segurança e sabem que nada de mau acontecerá.

De manhã, tem o cheiro do café preparado especialmente pra elas... em seguida o cheiro do perfume da roupinha cuidadosamente escolhida... quando brincamos, tem cheiro de infância gostosa! E até quando coloco limites, elas parecem entender que é cheirinho de boa educação.

Agora o melhor, incomparável e imbatível é o cheirinho daquele abraço duplo! Quando a gente faz bagunça, se embola e cai no chão... quando eu mordo aqueles pezinhos, agarro aquelas barriguinhas, despenteio os cabelinhos... esse cheirinho não tem preço... cheiro de AMOR em DOBRO!! 

Andrezza Alencar
Administradora e mãe das gêmeas Paula e Julia (3 anos)

Após se ver no meio dessa aventura dupla e, sem amigas com a mesma experiência por perto, Andrezza criou o grupo "O fantástico mundo gemelar" em 2013. De lá para cá, já conseguiu reunir muita "mãe em dobro" nesse cantinho virtual especial do facebookSe você é mamãe ou futura mamãe gemelar acesse o grupo pelo link acima e sinta-se em casa ;-)

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foto de pintura assinada pelo autor.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Meu Filho não fala(va)



Meu filho é o primogênito (por parte de mãe), primeiro neto e nasceu após um longo período sem bebês na família. Ele veio ao mundo num momento conturbado de nossas vidas, com uma situação de homecare (cuidados hospitalares) implantado na casa de minha mãe, para onde havíamos nos mudado para ajudá-la a cuidar de meu padrasto que havia sofrido um AVC e estava acamado.

Talvez por isso ele tenha “sofrido” uma proteção maior que os primeirinhos costumam passar? Acho que não! Claro que, como boa Ariana, eu também sou uma leoa e o defendia e protegia muitas vezes até demais.... mas o fato é que meu filho não falava. Ele andou cedo, acabou não gatinhando. Sua parte motora era muito bem desenvolvida e quando ele fez um ano de idade, esperava ansiosa pelo primeiro mama, pela imitação dos bichinhos, pelo famoso “dá”. Mas... nenhuma palavrinha saia daquela linda boquinha. O tempo foi passando e cada dia eu me preocupava mais. Aos 1 ano e 3 meses ele começou a ir para a escola. Assim como todos os profissionais envolvidos com educação e saúde com quem eu me deparava, me disseram que eu precisava esperar o tempo dele, que a convivência com outras crianças iria estimulá-lo e que, em breve, eu pediria para ele ficar quieto, de tanto que ele faria.

Conforme o tempo passava, eu ficava mais desesperada. Comecei a procurar sobre possíveis problemas neurológicos relacionados a ausência de fala e também sobre formas de estimular a criança a falar. Nada funcionava! Passava noites na internet lendo sobre autismo, sobre bilinguismo (meu marido fala espanhol como língua nativa) e sobre ouvidinhos entupidos de cera que dificultavam a fala dos pequenos. Diversas hipóteses foram levantadas: preguiça, duas línguas em casa, estudos que indicam que não gatinhar está associado ao atraso da fala... podia ser qualquer coisa!

Lia relatos de mães com filhos de 1 ano e meio que falam APENAS 10 palavras. Elas perguntavam se era normal falar tão pouco, enquanto eu implorava por apenas um “qué”. Uma sílaba!!!

Minha família tentava me acalmar e meu marido sempre dizia que eu “queria que ele estivesse doente”. Meus amigos evitavam perguntar porque viam como aquilo me deixava arrasada. Eu realmente devia estar insuportável porque era o único tema sobre o qual eu conversava. Quando ele completou 2 anos eu decidi que era hora de procurar uma fonoaudióloga. Coincidentemente a escola me enviou uma avaliação feita pela fono que trabalha com os alunos, me orientando a procurar um profissional pois meu filho “não tinha a fala compatível com idade”. Isso eu já sabia!

Não sei se foi sorte ou destino, mas a fono que encontrei para meu filho caiu na minha vida como um anjo. Ele, tímido do jeito que é, se apaixonou por ela. Entrava para as sessões sozinho e até chorava na hora de ir embora porque queria mais. Me senti aliviada por isso não ser um fardo para ele. Eu queria que o processo fosse natural, que ele se sentisse feliz, que pudesse ver como falar era algo bom. O autismo foi descartado logo de cara. Meu mundo se reconstruiu. Ter encontrado esse anjo me tranquilizou. Eu sabia que meu filho ainda não falava mas também tinha certeza que estava oferecendo para ele o meu melhor. Eu não queria negligenciar com a saúde do meu pequeno. Eu não sabia o que encontraria na primeira consulta, mas tinha certeza que ignorar a possibilidade dele ter algum problema, seria mais fácil pra mim, mas certamente tiraria dele a chance de uma vida melhor.

Quatro meses de terapia haviam se passado. Um dia (sim, do dia pra noite) ele começou a dizer “amama” e procurar por mim enquanto andava pela casa. Passou a imitar o som dos animais e surpreendentemente falava até “Peppa Pig”. Eu não podia acreditar! Fui invadida por uma felicidade que não saberia descrever. Ele passou a dizer todas vogais, papai, aqui e até a cantar. Hoje, depois de uma semana, ele já tem um vocabulário extenso (risos) de umas 10 palavras (e eu acho maravilhoso!!! risos). 

Sei que ele está muito longe do que as crianças com a mesma idade falam por aí, mas o tempo dele chegou, eu o apoiei da melhor forma possível e com o maior amor que tenho em mim. E vamos continuar essa caminhada juntos. Cada palavra nova será celebrada assim como os primeiros passos e estou segura para ajudá-lo nessa nova caminhada pelo incrível mundo dos sons e letras, estamos apenas gatinhando!

Carlinha Mello
Jornalista, Empresária e mãe de Duniel (2 anos)

Amante da boa cozinha, Carlinha criou com mais duas amigas a Carlota Joaquina Gourmet, especializada em delícias gourmet para agradar toda a família, inclusive os pequenos. Comida de mãe, sabe? hum hum hum


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foto original retirada do site becomehairsalon.com/

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Educar para "Ser e não ter, eis a questão"

Look jardineira que já fez o estilo de alguma menininha

Minha filha
usa roupas e brinquedos comprados, 
ganhados, repassados, feitos e reaproveitados.

Ela já usou roupa de marca, sem marca, 
de loja absurdamente cara (para nossa realidade), da loja de 12, do brechó 
(foi de alguma menininha que não conhecemos o rosto mas o gosto),
repassada da Juju, comprada em desapego (Antonella), 
verde e azul (foi do priminho), vestido que foi da madrinha (30 anos atrás),
roupa com história e sem história. 

Brinquedos com cheiro de fruta de tão novo, 
rabiscados de caneta, que remete o números de sorrisos que já causaram.
Ela tem todos os estilos, porque criamos juntos seu estilo.

Minha filha, nossa filha, 
está sendo educada e criada para entender que na vida o importante é 
SER E NÃO TER. 
CRIADA PARA SER FELIZ.

Julia Monteiro
Biomédica e Mãe de Maria Amélia (1 ano)
foto de Maria Amélia, cedida por Julia Monteiro


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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A obrigatoriedade da Educação Infantil aos 4 anos - A visão de uma educadora


Em 2013, a presidente Dilma sancionou a lei a Lei nº 12.796/2013 que torna obrigatória a oferta gratuita de educação básica a partir dos 4 anos de idade já partir de 2016. Dessa forma, os pais que não matricularem seus filhos na educação básica no ano que vem, poderão ser punidos com multa.

"Mas, afinal, qual a importância do meu filho ir para escola brincar?”

Pois saiba que brincar é coisa séria. Além de se divertir e socializar, outras habilidades essenciais como linguagem e a coordenação motora são desenvolvidas. Eles também realizam diversas atividades que aumentam a noção espacial-temporal (consciência do corpo com o tempo) e a coordenação motora fina (como por exemplo, aprender a pegar no lápis) algo fundamental para o futuro processo da escrita.

Quando a criança senta em uma mesinha para realizar uma tarefa ela está aprendendo, por exemplo, a entender instruções e a se concentrar no trabalho escolar. Aprende ainda que tudo tem seu tempo (rápido, demorado, uma hora/ 1 minuto) e que está rodeada de símbolos (números e letras) que expressam quantidade ou servem para nomear coisas. Inclusive, muito antes de saber ler, já conseguem identificar que o seu próprio nome é escrito por esses símbolos e alguns podem até mesmo já reconhecer o seu nome nos materiais escolares.

Apesar de ser trabalhado as letras e os números na educação infantil, o objetivo aqui não é alfabetizar a criança, mas sim apresentar ludicamente esses códigos tão importantes no nosso cotidiano. Por isso, mães, não se desesperem se seu filho não souber ler e escrever prestes a ir para o primeiro ano, o intuito é eles se familiarizarem com esse mundo novo.

Mesmo quando as crianças vão ao parquinho elas não estão apenas “brincando”, estão aprendendo a esperar sua vez e a dividir esse espaço com outras crianças. O dia do brinquedo, atividade a cada dia mais comum nas escolas, pode até parecer ser apenas um dia para que eles levem seus brinquedos preferidos para sala de aula, mas não, na verdade, o dia do brinquedo é o dia que eles aprendem a dividir o que é seu.

Então mamães, ao meu ver, a educação básica aos 4 anos trará muito mais benefícios para o desenvolvimento de nossas crianças. Se o seu filho já fez 4 anos matricule-o na escola. A nova Lei traz não só uma obrigação para os pais de fazê-lo, mas também uma obrigação para os estados e municípios de oferecerem essas novas vagas para todos. 

E você? O que acha da nova Lei? Deixe sua opinião.


Por Jan M 
Jan é Pedagoga e mãe de dois filhos
Pedagoga com Habilitação em Educação Especial e pós graduação em Psicopedagogia.
**IMPORTANTE: Para saber mais, consulte o Portal do MEC.**

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Figura retirada do site Pinterest.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Três princesas na Terra e um príncipe no Céu.


Essa noite, como quase todas as outras, fui colocar as pequenas na cama e elas pediram "Conta uma história, mamãe?!"Como é impossível resistir a 4 olhinhos "piscantes" e a 2 dos sorrisos mais charmosos do (meu) mundo, perguntei : "História de livro (que já existe) ou da cabeça (da mamãe)?"

As duas responderam juntas: "Da cabeça!" - elas tem preferido essas atualmente, meu teste de imaginação de cada dia. Com a criatividade em baixa para inventar uma história mirabolante resolvi contar uma linda e verdadeira... a história delas! Duas carinhas surpresas me olhavam e comecei...


"Era uma vez uma mamãe que tinha uma filha que amava muito, assim como seu papai... Formavam uma família muito feliz! A Sofia já tinha quase 4 aninhos, era um pouquinho menor que vocês, e a mamãe achou que já estava na hora dela ganhar um irmãozinho ou irmãzinha.

Mamãe e papai pediram ao Papai do Céu para dar a eles mais um bebezinho, para deixar a família maior e mais completa. Logo depois, mamãe percebeu que sua barriga começou a crescer! Ela e papai foram ao médico e, ao colocar um aparelhinho na barriga da mamãe, descobriram que já tinha um bebê lá dentro, com um coraçãozinho batendo e tudo! Todos ficaram muito felizes e deram a notícia à Sofia. Ela ficou muito alegre e contou a todos os amigos da escola no dia seguinte.


Depois de um tempo, mamãe e papai descobriram que esse bebê era um menino! Mamãe ficou muito surpresa, pois só sabia cuidar de princesa. Depois de uns dias se apaixonou pela ideia e decidiram dar a ele um nome de príncipe: Henrique.


A barriga continuou crescendo e mamãe foi cuidando de todos os detalhes. Com ajuda da Sofia, papai pintou o quarto de verde, mamãe fez com as próprias mãos quadrinhos, enfeites e tudo que era necessário para fazer um quarto tão bonito e aconchegante como tinha preparado alguns anos antes para a Sofia. Finalmente chegou o dia de ir para o hospital, Henrique estava chegando!!! Estavam todos muito felizes e alegres, a mais nova "irmãzona" não falava em outra coisa.


Henrique nasceu grandão, chorou forte e foi para o colo da mamãe. Mamãe sentiu seu cheiro, lhe deu um beijo e disse que o amava. E então o levaram para tomar banho e descansar. Ele era lindo, bochechudo e rosado. Mas, no dia seguinte, aconteceu uma coisa que deixou todo mundo muito triste. Papai do Céu ficou com muita saudade do príncipe Henrique e o levou de volta para o Céu. Mamãe chorou, papai chorou, vovôs e vovós choraram. Todo mundo que tinha esperado pelo Henrique e já o amavam muito estavam tristes com a notícia. 


Mamãe e papai foram buscar a Sofia na escola e ver ela entrar no carro toda feliz procurando pelo irmãozinho partiu o coração da mamãe. Mamãe precisou de uma ajudinha do Espírito Santo para escolher as palavras e explicar para a Sofia que seu irmãozinho tinha nascido com um dodói no coração, que os médicos não poderiam consertar. Mamãe também pediu à Sofia que não ficasse brava e nem triste com o Papai do Céu, e disse que Ele nos daria forças para aguentar a saudade. Além disso teríamos, para sempre, um Anjinho da Guarda pra cuidar especialmente da gente.


Durante algum tempo nossa família ficou triste, muito triste... Parecia que nossos dias tinham perdido a cor. Mamãe e papai tiveram que fazer muitas coisas difíceis como desmontar o berço, guardar as roupinhas, tirar os quadrinhos das paredes. Algumas vezes a Sofia encontrou a mamãe chorando sozinha, mas sempre dava um jeitinho de fazer ela sorrir.


Mas, depois de um bom tempo, mamãe achou que o coração dela já estava pronto pra tentar de novo. Ela e papai rezavam todas as noites, pedindo que Papai do Céu mandasse DOIS bebês de uma vez, já que seria a última chance da mamãe ter mais neném e aumentar a família como tanto sonharam.


Depois de um tempo, a barriga da mamãe começou a crescer de novo! Como o papai estava viajando, a mamãe foi ao médico com a dindinha da Sofia. Quando o médico passou o aparelhinho na barriga da mamãe ele mostrou uma linha e dois pontinhos... um de cada lado da linha! Nessa hora a mamãe já soube: Papai do Céu tinha realizado o seu desejo!!! Os pontinhos eram vocês! Dois lindos bebês, com dois coraçõezinhos pulsantes... ERAM VOCÊS, meus amores!! Todo mundo chorou de novo, mas agora era de pura alegria!


Algum tempo depois soubemos que eram duas meninas e mamãe escolheu os nomes Laura e Vitória, dois nomes diferentes mas com o mesmo significado: vitoriosas!!

Mamãe novamente fez um lindo quartinho... Desta vez era tudo em dobro, tudo mesmo, inclusive os medos e as alegrias...

Então, chegou o grande dia... primeiro nasceu a Laurinha e, dois minutos depois, a Vivi, que assim que nasceu fez xixi na barriga da mamãe (claro que elas acharam a maior graça nessa parte!)!!

Mamãe rezou muito pra não sair do hospital de braços vazios de novo e Papai do Céu novamente nos abençoou... Vocês nasceram no tempo certo, grandinhas e fortes, e em apenas dois dias fomos todos juntos para casa: vocês duas, mamãe, papai, a Sofia e o nosso príncipe anjinho lá do Céu nos acompanhando!

A cada dia vocês crescem mais um pouquinho e nos deixam orgulhosos e alegres por serem meninas tão espertas, lindas e boazinhas...Essa história não acabou, ainda tem muita coisa pra acontecer... Vamos ver como será o amanhã!"



Muito amor e gratidão pelos meus filhos, cada um com seu papel na minha vida e na minha história.

Marina Vasconcellos 
Mãe de 4 filhos, três princesas na Terra e um príncipe no Céu.
Pedagoga e Consultora Materno-infantil na De Zero a três - assistência às mães nos cuidados com o recém-nascido, amamentação, sono dos bebês e nova rotina da família - em domicílio e a distância.

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domingo, 15 de novembro de 2015

Um mês sem minha mãe


"Um mês sem você. 

O tempo não curou absolutamente nada. Apenas estou aprendendo a lidar com a dor que parece que, às vezes, só aumenta.

Tenho saudade de absolutamente tudo. 
Das suas ligações às 7 da manhã nos finais de semana, das 49 vezes que você me ligava durante o dia, da sua comida, do seu cheiro, das suas confusões com os horários das consultas marcadas, de passar na padaria e comprar pão para tomarmos café da tarde, de você fazer miojo para Duda escondido de mim e depois enchê-la de chocolate branco, com a justificativa de que "ela é a vida da vó". 

Tudo que vinha de você me faz falta. 
Os momentos felizes que passamos juntas e os planos que tínhamos de sermos ainda mais felizes... 
Saudade mãe."

Ana Paula Bagatin Salomão
Filha de Helena há 33 anos e mãe da Duda há 6.


Quando Ana contou à Dona Helena sobre sua gravidez não planejada, ela carinhosamente se ajoelhou e beijou sua barriga. Disse que era um sonho dela que estava se realizando. Quando a neta nasceu, foi sensata e carinhosa. Avisou que estaria à disposição para o que precisassem, mas que deixaria sua filha aprender a ser mãe sem que ela se intrometesse. 

Dona Helena e Ana passaram a conversar diariamente e fortaleceram ainda mais sua cumplicidade. Os almoços de domingo se tornaram mais frequentes.Tudo o que Ana achava ter sido errado em sua criação, passou a entender melhor e a valorizar. É que Dona Helena, mesmo sem saber, ensinou à Ana quase tudo que ela sabe e hoje coloca em prática na maternidade. 

A herança desse amor é realmente incalculável.


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terça-feira, 10 de novembro de 2015

Feliz Aniversário meu filho!


Théo…. Feliz teu dia meu amor!

Feliz dia em que você veio morar no meu ventre, feliz dia em que eu te amei mesmo sem te conhecer, feliz dia que eu e papai Ivan Helou começamos a construir sonhos para nós. Feliz dia que você nasceu e o amor aconteceu, feliz dia que você nasceu e mudou a minha vida para sempre.

Feliz dia em que eu acreditei que criar um filho não seria apenas trocar fraldas e amamentar. Criar um filho é um desafio imenso e sabe filho, você é MEU filho, mas eu tento te criar para o mundo, imagino quantas mães tem o apego ao seu filho e criam para si. Filho meu, eu tenho esse apego e ele é o maior do mundo, mas mesmo te querendo de baixo da minha asa eu te crio para o mundo, te crio para que você enfrente o mundo, para que você seja um adulto feliz, bem resolvido, certo de suas decisões.

Crio você para que você sinta o amor, sim meu amor as vezes eu grito, coloco você de castigo, te proíbo de jogar seu jogo favorito ou assistir os canais de desenho, mas isso também é amor. Às vezes me aborreço com você e você se aborrece comigo, mas isso também é amor e você só vai entender de fato a grandiosidade desse amor quando tiver um filho. Você vai entender que para crescer é preciso sofrer um pouco, mas só o suficiente para dar valor as alegrias.

Meu bem maior, eu desejo que você seja feliz e que tenha tristezas também, mas só o suficiente para aprender que devemos viver intensamente cada momento da nossa vida. Desejo que você tenha saúde todos os dias, mas se por acaso ficar doente aceite os meus cuidados e principalmente os remédios ruins porque isso também é amor. Desejo que você continue assim estudioso, mas que também se dê o “luxo” de sentir uma pontinha de preguiça, porque deitar na cama ou no sofá para não fazer nada ou assistir na tv o seu programa preferido é impagável.

Desejo que você tenha ao menos um filho porque filho é o melhor de nós e eu desejo muitas vezes o melhor de você correndo além de você. Eu desejo que todos os seus sonhos se realizem, mas que nunca você deixe de sonhar novos sonhos. Sou grata a Deus todos os dias por ter permitido que minha vida ganhasse um sentido mais que especial: você, meu filho, meu amor maior! Feliz dia em que me tornei mãe!! Feliz todo dia que vejo você crescer e ter seus próprios sonhos.

Eu te desejo saúde, paz, amor, tranquilidade… Que por muito tempo você ainda seja essa criança levada, curiosa, sapeca e teimosa. rs Desejo a você muito, mas muito mais do que desejo para mim! Feliz aniversário meu amor, meu Théo! Feliz seu dia!!! 

Feliz aniversário pelos 8 primeiros melhores anos da sua vida! Hoje papai do céu está renovando o estoque de bênçãos sobre você. Obrigada Deus por ter um filho INCRÍVEL!!!!!!!

Sandra Helou
Mãe há 8 anos.

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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Lobo em pele de cordeiro


“Eu tinha 6 anos. Ele sugeriu que brincássemos de esconde-esconde e enquanto suas filhas (minhas amigas na época) escondiam-se, ele me levou para o seu quarto para contar até 100. Enquanto eu contava: 1, 2, 3... tampou minha boca com uma das mãos e com a outra imobilizou o meu corpo. Esfregou fortemente suas partes em mim e, ofegante, sentiu prazer diante do meu desespero..."

Os lobos estão por aí em toda parte, em casa, na casa dos coleguinhas, nas ruas, nas igrejas, nos consultórios médicos e, como animais famintos, planejam o abuso sexual contra as crianças escorados em uma impunidade tão desprezível quanto seus atos indecentes. Usam máscara de bons homens, pessoas acima de qualquer suspeita, porém estão à espreita, esperando o exato momento para darem o bote. Agem na surdina, criam situações propícias, contos lúdicos para envolverem o pequeno e, quando a sós com a vítima, de forma fria e sagaz, mostram suas garras.

Muitas crianças, inocentemente, não entendem direito o que se passou e por isso não conseguem explicar os fatos, mas entendem muito bem que é algo que nunca deveria ter acontecido. Em dúvida quanto à própria conduta, sentem-se fragilizados, por vezes culpados e, por vergonha ou medo, não contam aos seus pais.

"...Depois disso, eu fiquei assustada, me sentia enojada e suja. Me sentia em dúvida, em meio à pureza dos meus poucos anos de idade, não sabia expressar em palavras o que havia me acontecido. Me sentia culpada, pois pensava que aquela respiração ofegante pudesse ser algum problema de saúde dele e, por vergonha e falta de coragem, nunca contei a ninguém. Apenas implorava para que minha mãe não permitisse que eu fosse novamente à casa das minhas amigas, cheguei a ajoelhar no chão e pedir pelo amor de Deus que ela não me deixasse ir. Mas ela achava que eu fazia isso porque era muito tímida e um pouco introspectiva. Acreditava que por eu ser filha única e muito grudada a ela, deveria sim cultivar mais as amizades e nunca desconfiou de nada...".

Como pais, nunca devemos ficar apenas na defensiva, pensando  "isso nunca acontecerá com meus filhos, porque eu cuido muito bem para que eles não tenham contato com esse tipo de gente ''. Afinal, não podemos simplesmente achar que podemos criá-los numa bolha, pois educá-los alheios aos perigos que nos cerca é o pior dos caminhos a seguir


Além de informar para prevenir, é muito importante ficarmos atentos a mudanças repentinas de humor ou comportamento e “ouvir atentamente” os pedidos de socorro que podem vir como medo de ir a determinados lugares, fazer certas atividades, de determinadas pessoas e especialmente de estar sozinho com elas. E o mais importante, nunca duvide ou recrimine uma criança que venha desabafar ou tentar dizer algo que a esteja incomodando a esse respeito. Dê sempre crédito ao seu filho.
Segundo o psicólogo Alexandre Coimbra Amaral o melhor caminho é o da informação. Pai de três meninos, com idades entre 8 e 2 anos, Alexandre trabalhou com o tema da violência familiar por 10 anos, sobretudo abuso sexual infantil, e decidiu escrever uma carta para os filhos, tratando esta questão de forma lúdica e delicada. Inspirada na história da Chapeuzinho Vermelho, a carta revela para as crianças que realmente existem muitos Lobos Maus a solta por aí, intimidando as crianças, sobretudo as meninas, e os ensina o que fazer caso algum chegue perto deles. 


Por menor que pareça o assédio ou abuso, saiba que quando há um desvio de caráter para o mal, o que difere o remédio de um veneno é apenas o tamanho da dose. Então, nessa questão, não existe crime pequeno ou crime grande, qualquer tipo de ato imoral contra uma criança merece punição. 

Se desconfiar que alguém de sua família é um pedófilo em potencial, investigue. Se confirmar a suspeita de assédio ou abuso, denuncie. É devido ao silêncio que temos muitos "lobos" à solta. Não sejamos cúmplices e nem tenhamos receio de expor ninguém, uma palavra que dissermos pode soltar as algemas de vítimas que mantiveram tamanha dor em silêncio por anos e anos.

Agora, se você, assim como eu, além de mãe preocupada com o assédio contra seus filhos, também foi vítima de abuso sexual na infância, lembro que nunca é tarde para colocar para fora tudo o que ficou entalado na sua garganta. Seja em uma conversa franca com a sua melhor amiga, seja em sessão de terapia, seja escrevendo uma carta destinada ao pedófilo (que você pode queimar depois) com o objetivo de se libertar do trauma.

"Eu sinto ódio! Te odeio como nunca odiei ninguém em toda a minha vida. Ainda sinto o asco da sua presença e nojo desta sua alma imunda. Eu era apenas uma menina e você ceifou de mim a inocência me trazendo medos que me perseguem até os dias de hoje. Atualmente tenho 29 anos, acompanho suas filhas pelas redes sociais e costumeiramente sinto o desprazer de me deparar com suas fotos na timeline delas, posando de super-pai e pai-herói. Vejo e choro em silêncio a sua infeliz impunidade. Por outro lado, percebo o amor de suas filhas contigo e sou levada a crer que graças a Deus nunca teve coragem de fazer algum mal à elas. Ou teve?
Diante de tudo isso, apenas oro a Deus pedindo que proteja seus netos e netas, os futuros colegas deles, além de toda e qualquer vítima que ainda possa ser presa fácil desta sua malignidade. E com esta mesma fé em Deus, eu peço que a justiça divina seja feita ".


M.C.M, 29 anos, vítima de abuso sexual na infância #PrimeiroAssedio
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Em carta, pai cita lobo mau para ensinar filhos sobre abuso sexualidade infantil.

Meus filhos amados,
Eu preciso que vocês sentem aqui comigo, eu vou explicar porque eu chorei, porque estou com esta cara triste hoje. É sobre todas as mulheres do Brasil. Todas. É muita gente, é muita história, e tem uma parte triste que eu preciso contar-lhes, infelizmente. Podem se assentar, fiquem à vontade. Se eu não conseguir falar e chorar, eu lhes peço um abraço daqueles mágicos, que fazem tudo ficar melhor num instante.
Somos quatro homens, eu e vocês três, e precisamos fazer um combinado, talvez o mais sério que já tenhamos feito até hoje. Lembram da história da Chapeuzinho Vermelho? Que ela estava andando pela floresta, com o coração cheio de alegria, indo visitar a avó dela, e de repente aparece o Lobo Mau? O que ele tenta fazer com ela? Tenta comer. Para isso, ele vai até a casa da vovozinha, se deita na cama dela depois de tê-la comido, e fica ainda esperando pela Chapeuzinho. Por isso ele é Mau naquela hora, porque quer pegar o corpo da Chapeuzinho e fazer deste corpo uma comida para ele.
Há muitas mulheres andando por aí, nas ruas, que são como a Chapeuzinho. Deixaram suas capas vermelhas em casa, mas simplesmente vão pelas ruas com medo de aparecer algum Lobo Mau, querendo comê-las. Sabem, há alguns homens que leem está história da Chapeuzinho e querem ser como o lobo, vocês acreditam nisso? Eles ficam nas ruas, às vezes dentro das casas mesmo. Esperando alguma menina se distrair, às vezes até quando ela brinca. E vão lá e atacam, às vezes com palavrões, às vezes agarrando elas. Isso é uma das coisas mais horríveis que nós, homens, podemos pensar em fazer nesta vida.
Nós podemos querer ser tantos personagens de histórias… podemos ser um Gepeto que cria coisas de madeira, como o Beto nosso vizinho aqui. Acho até que, de repente, ele vai conseguir criar um menino do tamanho de vocês, aí é só a gente pegar o pó de pirlimpimpim que o Ravi ganhou da Fada do Dente para fazer dele um garoto de verdade. Podemos ser fotógrafos, como o Homem-Aranha, e fazer nossas fotos subirem nas paredes e virarem obras de arte para o mundo todo apreciar. Podemos ser o Harry Potter, e soltar nossa voz, em grito, dizendo “Expectro Patronum!'' para combater todos os Você-Sabe-Quem que ainda estiverem escondidos nas trevas e nos cantos escuros da vida.
Por isso, é um combinado que vamos fazer, aqui. Se vocês virem ou sentirem qualquer coisa estranha com um homem maior que vocês, se vocês acharem que este homem leu a história da Chapeuzinho e ficou com vontade de ser o Lobo Mau e comer qualquer garota que estiver por perto, chamem imediatamente outro adulto que vocês sintam que quer ser como o Caçador. Ele não vai matar aquele homem que quer ser lobo, só vai afastar a garota daquele perigo. Se vocês acharem que há alguém assim perto de vocês, querendo ser Lobo Mau com vocês, façam o mesmo. Há homens que querem ser Lobos Maus de meninos, ainda que vocês achem estranho sair por aí vestidos de Chapeuzinho. E, por favor, voltem para casa e contem tudo pra mim e pra sua mãe, não importa o que este Lobo tenha lhes dito. Lobos ameaçam crianças, mas Lobos são Bobos; se esquecem que o amor e a confiança entre pais e filhos é muito maior que qualquer ameaça.
E o nosso último e mais sério combinado: vocês vão crescer, e andar sempre juntos com um monte de gente, meninos e meninas. Se algum dia um garoto destas turmas de vocês falar pra vocês que é legal, que os homens ficam poderosos e famosos na turma por serem Lobos Maus, digam não. Digam não, mesmo que eles digam que vão deixar de ser seus amigos. Amigos verdadeiros não deixam de ser amigos só porque um não fez o que o outro mandou. Digam que vocês fazem parte dos homens que vão ajudar o mundo a não ser mais o lugar em que as mulheres precisam sair correndo pelas ruas, com medo dos Lobos Maus. E voltem para casa, que a gente conversa de novo sobre estas coisas, vocês ganham colinho e amor de mim e de sua Mãe, sempre. Eu sorrirei, gargalharei de alegria por vocês terem resistido à tentação de serem lobos que se acham poderosos e maiorais.
Há outro caminho, meus filhos. Gepeto, Aranha, Harry. E tantos outros que podemos passar a tarde lembrando. Nenhum deles fez nenhuma mulher se sentir humilhada, chorar uma dor que não é do corpo, mas do coração machucado por ter sido atacada por um lobo. Vamos juntos. Nós quatro, hoje, estamos começando aqui nesta família a Liga dos Homens Que Não Querem Ser Lobos Maus. Eu tenho certeza que há muitos homens querendo fazer parte deste grupo conosco, precisamos chamar mais gente.
Juntos somos parte de um mundo que pode ser melhor com as mulheres. É por isso que eu estava chorando. Estava triste pelo que as mulheres, tantas, já viveram com os lobos por aí. Mas o nosso combinado me enche o coração de esperança de novo. Muito grato por vocês serem, sempre, a esperança que vence a tristeza.
Vamos juntos, sempre. Agora, nesta Liga pelo respeito às mulheres.
Eu amo vocês, meus filhos.
(Agora, por favor, eu estou precisando daquele abraço de montinho, todos os três em cima de mim, até eu gargalhar de tanto amor). 

Para ver o depoimento de uma mãe que sofreu abuso sexual aos seis anos e suas dicas para identificar os lobos maus ao nosso redor, clique aqui: "Eu fui vitima de abuso sexual aos 6 anos e só agora, aos 29, consigo falar sobre isso. Acontece nas melhores famílias, na minha, na sua, na do amiguinho do seu filho."

A carta de autoria do Psicólogo Alexandre Coimbra Amaral, foi retirada do Blog Mães de Peito, de Giovanna Balogh. Out. 2015

sábado, 24 de outubro de 2015

Troca de fralda segura é fora da cômoda.




Em reportagem do Fantástico (18.10.15) a Sociedade Brasileira de Pediatria alertou: 
“No total de crianças menores de 1 ano internadas na UTI ou nas unidades de tratamentos semi-intensivo por causa de quedas, cerca de 35 % caíram dos trocadores.”

O cálculo de risco é simples. Quanto mais alto o tombo, maior a intensidade da força da queda. Sabendo que a altura média de uma cômoda é de 1m² , mais de 2 vezes o tamanho de um recém-nascido, essa queda pode trazer muito mais do que um galo na cabeça. Um impacto forte, com ou sem fratura de crânio, pode levar a lesão intracraniana, podendo ser fatal.

A Dra. Sandra O Campos, pediatra e professora do Departamento de Pediatria da Universidade Paulista de Medicina, explica que pancadas realmente fortes, como a queda do trocador, podem causar sangramento entre o crânio e o cérebro, o que é realmente muito perigoso. Já o "galo", normalmente é algo superficial. Um tipo de hematoma leve formado sobre o osso do crânio, entre a pele e o osso.

“Acidentes durante a troca do bebê acontecem o tempo todo, mas só acontecem porque falta planejamento na hora da troca de fraldas. É imprescindível que a mamãe esteja com tudo à mão nessa hora. E se, por acaso, esquecer algum item e precisar buscar, por favor, leve o bebê junto. ” alerta  Dra. Sandra

A cama (ou o sofá) também não pode ser considerada como uma opção segura. Dra. Sandra lembra que apesar da queda do trocador ser mais grave, a mais comum ainda é a queda da cama. “A partir de três meses os movimentos dos bebês se intensificam a cada dia e, quando menos se espera, as almofadas colocadas como barreiras de segurança não vão funcionar mais. Bebês são naturalmente exploradores. Não confie nas almofadas. ”

Troca 100% segura é troca no chão


Tânia Silva prefere fazer a troca no chão do quarto de Moreno (7 meses) 
Samuel Cunha no tatame, Lara Neto no edredon e Carlos Eduardo Cunha no tapete

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, enquanto não há regulamentação do InMetro para aumentar a segurança dos trocadores de fraldas, a melhor opção é fazer a troca do bebê no chão o que evita em 100% as quedas. Isso a gente não tem como discutir, mas, e a coluna da mamãe?

A maior vantagem ao fazer a troca em cima da cômoda ou em trocadores acoplados ao berço é manter a coluna ereta e evitar assim as terríveis dores nas costas.

Segundo a fisioterapeuta Ana Carla Laraia Risso essa é a principal queixa das mamães após a chegada do bebê, principalmente das que já possuíam algum histórico de dor nas costas. “A coluna vertebral já está fragilizada com todas as alterações anatômicas que ocorrem ao longo da gravidez e a nova rotina de cuidados com o recém-nascido como carregar, amamentar, dar banho e trocar as fraldas sobrecarrega ainda mais a coluna provocando dor e desconforto. ”

Troca no Berço é opção para não sobrecarregar a coluna

Já Marielly (mãe de Rafaella) e Juliana (mãe de Felipe e Miguel) preferem a troca no berço

Para fugir desse dilema e amenizar o impacto à coluna, Ana Carla sugere utilizar o próprio berço como trocador durante os primeiros meses, quando o bebê ainda não rola e nem senta. “Com o estrado do berço na primeira altura (mais alta) evitamos uma inclinação excessiva para frente e uma sobrecarga da coluna. A troca de fralda se torna mais ergonômica e segura”. Manter todos os objetos a serem utilizados, como fraldas e material para higiene, próximos e de fácil acesso é igualmente importante, completa.

O ideal seria fazer a troca em superfície o mais próximo possível da altura da cintura, o que varia muito de acordo com a altura da mamãe, mas com certeza será uma opção mais favorável do que sentada no chão. Juliana Bresquiliari, mãe de Felipe e Miguel, ambos com 5 meses, é adepta da troca no berço justamente por causa da coluna. "Tenho 1,70 de altura. Não conseguiria fazer no chão, acaba com as minhas costas."

A Dra. Sandra confirma que o berço pode ser sim uma opção intermediária. “O berço – com o estrado na primeira altura - pode ser utilizado como trocador durante os primeiros meses (até que o bebê esteja rolando, ou demonstrando interesse em sentar). Porém, ressalta, depois dessa fase, usar o berço na altura máxima já se torna perigoso.


Por Cinthia Fontoura
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