sábado, 24 de outubro de 2015

Troca de fralda segura é fora da cômoda.




Em reportagem do Fantástico (18.10.15) a Sociedade Brasileira de Pediatria alertou: 
“No total de crianças menores de 1 ano internadas na UTI ou nas unidades de tratamentos semi-intensivo por causa de quedas, cerca de 35 % caíram dos trocadores.”

O cálculo de risco é simples. Quanto mais alto o tombo, maior a intensidade da força da queda. Sabendo que a altura média de uma cômoda é de 1m² , mais de 2 vezes o tamanho de um recém-nascido, essa queda pode trazer muito mais do que um galo na cabeça. Um impacto forte, com ou sem fratura de crânio, pode levar a lesão intracraniana, podendo ser fatal.

A Dra. Sandra O Campos, pediatra e professora do Departamento de Pediatria da Universidade Paulista de Medicina, explica que pancadas realmente fortes, como a queda do trocador, podem causar sangramento entre o crânio e o cérebro, o que é realmente muito perigoso. Já o "galo", normalmente é algo superficial. Um tipo de hematoma leve formado sobre o osso do crânio, entre a pele e o osso.

“Acidentes durante a troca do bebê acontecem o tempo todo, mas só acontecem porque falta planejamento na hora da troca de fraldas. É imprescindível que a mamãe esteja com tudo à mão nessa hora. E se, por acaso, esquecer algum item e precisar buscar, por favor, leve o bebê junto. ” alerta  Dra. Sandra

A cama (ou o sofá) também não pode ser considerada como uma opção segura. Dra. Sandra lembra que apesar da queda do trocador ser mais grave, a mais comum ainda é a queda da cama. “A partir de três meses os movimentos dos bebês se intensificam a cada dia e, quando menos se espera, as almofadas colocadas como barreiras de segurança não vão funcionar mais. Bebês são naturalmente exploradores. Não confie nas almofadas. ”

Troca 100% segura é troca no chão


Tânia Silva prefere fazer a troca no chão do quarto de Moreno (7 meses) 
Samuel Cunha no tatame, Lara Neto no edredon e Carlos Eduardo Cunha no tapete

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, enquanto não há regulamentação do InMetro para aumentar a segurança dos trocadores de fraldas, a melhor opção é fazer a troca do bebê no chão o que evita em 100% as quedas. Isso a gente não tem como discutir, mas, e a coluna da mamãe?

A maior vantagem ao fazer a troca em cima da cômoda ou em trocadores acoplados ao berço é manter a coluna ereta e evitar assim as terríveis dores nas costas.

Segundo a fisioterapeuta Ana Carla Laraia Risso essa é a principal queixa das mamães após a chegada do bebê, principalmente das que já possuíam algum histórico de dor nas costas. “A coluna vertebral já está fragilizada com todas as alterações anatômicas que ocorrem ao longo da gravidez e a nova rotina de cuidados com o recém-nascido como carregar, amamentar, dar banho e trocar as fraldas sobrecarrega ainda mais a coluna provocando dor e desconforto. ”

Troca no Berço é opção para não sobrecarregar a coluna

Já Marielly (mãe de Rafaella) e Juliana (mãe de Felipe e Miguel) preferem a troca no berço

Para fugir desse dilema e amenizar o impacto à coluna, Ana Carla sugere utilizar o próprio berço como trocador durante os primeiros meses, quando o bebê ainda não rola e nem senta. “Com o estrado do berço na primeira altura (mais alta) evitamos uma inclinação excessiva para frente e uma sobrecarga da coluna. A troca de fralda se torna mais ergonômica e segura”. Manter todos os objetos a serem utilizados, como fraldas e material para higiene, próximos e de fácil acesso é igualmente importante, completa.

O ideal seria fazer a troca em superfície o mais próximo possível da altura da cintura, o que varia muito de acordo com a altura da mamãe, mas com certeza será uma opção mais favorável do que sentada no chão. Juliana Bresquiliari, mãe de Felipe e Miguel, ambos com 5 meses, é adepta da troca no berço justamente por causa da coluna. "Tenho 1,70 de altura. Não conseguiria fazer no chão, acaba com as minhas costas."

A Dra. Sandra confirma que o berço pode ser sim uma opção intermediária. “O berço – com o estrado na primeira altura - pode ser utilizado como trocador durante os primeiros meses (até que o bebê esteja rolando, ou demonstrando interesse em sentar). Porém, ressalta, depois dessa fase, usar o berço na altura máxima já se torna perigoso.


Por Cinthia Fontoura
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