quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Como tirar a fralda de gêmeos!? Socorro!

Que esse tal de desfralde dá trabalho todo mundo sabe. Mas, como sobreviver a ele da melhor forma possível? Ainda mais desfraldando dois bebezões juntos?

Ah, e esse lance de "como desfraldar bebês em 3 dias", método famosinho da internet, não funcionou aqui em casa não! A gente não tem fórmula mágica, mas a gente conta o que a gente fez e o quê a gente aprendeu ;)




Antes

Antes do meu casal de gêmeos completar dois anos comprei dois penicos imitando carrinhos para se habituarem ao troninho. Decidi que nada seria obrigado. Sabia que muitas crianças pegam horror do peniquinho porque são forçadas a sentarem neles, quase como um castigo.

Mas, nessa época, ninguém (além de mim) quis saber de inaugurar os penicos-carrinhos, que  ficaram rolando lá em casa, atravancando o caminho. Primeiro ficavam só no banheiro, depois logo vieram para a sala e viraram banquinho de ver TV, piscina de boneca, chapéu de cowboy, qualquer coisa menos privadinha. Relaxei, afinal ainda nem tinham feito aniversário e o meu objetivo principal tinha sido atingido: ficaram amigos dos penicos.

1 semana antes
O inverno já havia passado e eu estava decidida a tentar novamente, agora “à vera” . Conversei com o marido, a professora na escolinha, e combinamos de eu começar a tirar a fralda no próximo final de semana.

Dia 1 – Chuva de xixi
Bom, a primeira coisa do dia foi tirar as fraldinhas e deixar os pequenos só de cueca e calcinha. Instantaneamente, começou a chuva de mijo. Gente,  era tanto xixi pela casa que eu não parava de fazer faxina. Uma loucura. Era um disparo após o outro. Acontece que eles começaram a fazer xixi por etapas, cada momento saia um pouquinho, a cada pouquinho eu e o pai os levávamos para terminar o serviço no peniquinho. Uma  canseira só.

Dia 2 – Operação lava cueca
No segundo dia, não tínhamos nem mais uma cueca nem calcinha limpa e decidimos deixar as crianças peladinhas mesmo enquanto as peças secavam. Decidimos também tirar todos os tapetes de todos os cômodos da casa e colocar uma toalha plástica de mesa para proteger o assento do sofá (era o que tínhamos na hora). À noite, todos os panos de chão cheiravam a xixi e a nossa única motivação era que o outro dia seria melhor.

Dia 3 – Na escola vai ser mais fácil
Coloquei  6 trocas de roupa para cada um na mochila e fiquei torcendo para ninguém molhar o uniforme no caminho. Às 12h recebo mensagem da tia que as roupinhas haviam acabado. Quando vou pegar as crianças, no final do dia, a professora comenta que os pequenos não parecem estar prontos. Combinamos de fazer o teste por uma semana e, se realmente não evoluíssem, tentaríamos mais para frente.

Dia 4 – Na escola vai ser mais fácil 2
Dobrei a quantidade de mudas de roupa na mochila e fomos confiantes. Molharam todas, e voltaram com roupinhas extras - emprestadas da escolinha - para casa... Parecia mesmo que não ia dar certo e ainda faltavam três dias da fase de teste.

Dias 5, 6 e 7 – Nada como um dia, após o outro
A tia diz que eles estão melhores, que estão conseguindo segurar mais o xixi e que acha que se formos perseverantes vai dar certo.  Os dois dias seguintes passam bem, sem milagres, mas com todos mais animados. A primeira semana termina com um misto de cansaço e esperança  e estamos prontos para mais um final de semana de trabalho duro.

1 semana depois - Nada como uma semana, após a outra
Chegou novamente o final de semana e já estávamos mais preparados para o que estava por vir. Fomos convidados para o aniversário de um amiguinho e até pensamos em desistir da festa, mas chegamos lá com as crianças, várias mudas de roupas, e um peniquinho nas costas.

2 a 4 semanas depois  - O sol brilha para todos
O primeiro mês seguiu com dias de altos e baixos e evitamos sair muito com as crianças, mas sempre que saímos alguém conseguiu fazer xixi em algum lugar inapropriado... no carro, no carrinho, no elevador, no mercado, na farmácia, no shopping, no colo da vovó.
Foi também nesse período que comprei um redutor de assento do Mickey e fizeram o primeiro cocô no vaso.  Agora todo mundo adora “fazer cocô no Mickey” e tenho certeza que até a Disney se orgulharia disso.


Dicas práticas:
1. Se prepare psicologicamente para ter paciência. Converse com seus parceiros de desfralde (esposo (a), babá, escola) e já avise que será um processo longo, se não for, melhor para todo mundo.

2. Compre um penico para cada um, da mesma cor e modelo (acredite, tudo o que você não quer é uma briga pelos penicos) .

3. Se for comprar redutor de assento confira se será compatível com o vaso (compramos ainda extras para deixar nas vovós e é ótimo).

4. Há ainda a opção de protetor de assento sanitário descartável à venda em farmácias para uso em lugares públicos (tem para todos gostos e bolsos).

5. Evite sair no primeiro final de semana de desfralde (vocês só vão se estressar).

6. Não desista nos primeiros dias, faça pelo menos 1 semana de teste.

7. Se não evoluir, não insista e tente novamente meses depois. Se evoluir, não ache que será sempre morro acima, haverá dias de morro abaixo e tudo bem ;)

8.    Bater palminhas quando dá certo e ensinar a dar tchau para o xixi e para o cocô é sucesso! (eles amam dar descarga também).

9. Há pessoas que preferem desfraldar diurno e noturno de uma vez, nós (certamente não sobreviveríamos ;_) e preferimos fazer em duas etapas.

10. Desfraldamos um menino e uma menina, juntos, do mesmo jeito, e não sentimos nenhuma diferença . Os dois aprenderam primeiro a sentar no penico, com o tempo, o menino também aprendeu a fazer pipi de pé mas não foi nesse primeiro momento.

Agora está tudo lindo então? Ainda não.

Os meses seguintes passaram bem melhores, mas até hoje, seis meses depois, ainda temos escapes. Sim, é um processo de várias etapas e um teste de paciência, mas a gente passa. E eles também.  Agora estamos nos preparando para tirar as fraldas noturnas. Só falta comprar as capas de colchão impermeáveis.

Sucesso para nós!

Cinthia Fontoura
Mãe de 3