sábado, 30 de maio de 2015

E não vamos falar de amor


Quando me descobri grávida, além de toda a felicidade, expectativa, etc, etc e etc que todas nós conhecemos; um novo lado meu cresceu: a expectativa de como eu seria tratada e olhada pelo meu marido.

Pois bem. Minha filha nasceu. Tive certo apoio; afinal de contas, eu era mãe de primeira viagem, mas ele não era pai de primeira viagem e isso me trouxe certa segurança.
Mas eu tinha criado, em minha cabeça, um mundo de fantasia, no qual eu seria extremamente valorizada, amada e 'endeusada'. Aliando o 'baby blues' ao fato de que isso não aconteceu (nem de perto): imaginem como fiquei?


Imaginem as cobranças que foram feitas? Imaginem um pai de terceira viagem para quem nada é novidade e nem encanta, com uma esposa cobrando o tempo todo.

FRUSTRAÇÃO. MEDO. SOLIDÃO. TÉDIO.

Foram meses terríveis. De verdade. Eu me achava tão mãe maravilhosa e não tinha reconhecimento. Estava sempre sozinha (e cobrando). Enxerguei um lado do pai da minha filha que nunca tinha visto.

Egoísmo. Egocentrismo. Zero Civilidade e carinho. Compreensão? Paciência? Nada. As pessoas diziam que isso ia passar. Mas meu sonho rosa já tinha sido desmantelado.

Eu estava sozinha e comecei a me arrepender em ter engravidado (NOTA: NADA TEM A VER COM O AMOR PELA MINHA FILHA!). De ter casado, o escolhido para pai. E eu cobrava. Todos os dias.


Brigas homéricas. Pedi divórcio. Meses sem uma conversa decente. Fui tentar ser gente. Parei de amamentar. Busquei minha antiga imagem de mim mesma - e confesso, realmente não sei de onde eu tirei forças para me levantar e me amar novamente. A guarda dele baixou. Ele se reaproximou. Começou a se envolver na minha vida de mãe e a fazer a parte dele. Tudo isso, durou exatamente um ano.

A imagem que eu tinha do homem com quem eu casei foi totalmente descontruida após o nascimento da nossa filha.

A imagem que tenho dele hoje como homem está em 'construção'. Não. Ele não é um mau pai, muito pelo contrário. Mas, minha decepção foi tão grande, que tive que ser muito racional para ver, enxergar e assumir isso.


Meu casamento está longe de estar bom ou razoável. Mas lembra aquilo que nossa avó falava que "quando você tiver filhos, você vai ver que fica tudo mais difícil"? É verdade.

Enquanto isso, a imagem em construção, toma um novo formato, dia a após dia... e tem dias bons, e tem dias ruins e tem a indecisão sobre o futuro. Sobre se há um futuro junto ou separado.


Por isso, da minha decisão de 'só por hoje'. Ou era isso. Ou eu ia ficar tão focada no meu problema conjugal e certamente, não teria aproveitado tão intensamente este primeiro ano da minha filha.


Não sou feliz. Mas tenho bons momentos felizes. É este o saldo deste primeiro ano materno!

*Sob pseudonimos

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Meu filho e a imunodeficiência


Desde os 3 meses de vida, o Lucas tinha o narizinho trancado  e o pediatra dizia ser normal, eram: “coisas de bebê”. Já aos 7 meses, ele teve uma crise de falta de ar séria, corremos ao pronto-socorro e a pediatra de lá nos disse que era bronquiolite (infecção dos bronquíolos dos bebês causada por vírus), deu antibióticos, corticoides e nos mandou pra casa.

No dia seguinte ele piorou muito, acordou respirando muito mal. Depois de correr atrás de alguém para ficar com minha filha mais velha (com 3 anos e meio na época), segui para o hospital e lá, ele logo foi atendido. A pediatra o levou com urgência para a enfermaria e lá tomou medicações, em seguida, foi internado. Somente após 3 dias de internação, saímos. Nunca me esqueço o dia, 23 de dezembro (tinha certeza que ia encontrar o bom velhinho no hospital)!

Em janeiro, fomos ao pediatra dele que deu o primeiro diagnóstico: APLV (alergia a proteína do leite de vaca). Eu amamentava e dava complemento, troquei a fórmula comum por uma de soja, tirei a proteína do leite da minha dieta e da dele também. Foram meses de tratamento com bombinha, leite de soja, exclusão da proteína do leite e nada. A cada 15 dias, íamos para o pronto-socorro, e lá ele fazia inalação, tomava antibióticos e por aí vai...

Com 11 meses o pediatra resolveu tirar a amamentação e entrar com o Neocate (formula livre de soja e proteína do leite). E com 13 meses, após idas e vindas semanais, ele foi internado pela segunda vez e desta vez permaneceu uma semana inteira.

Saímos de lá e 3 dias depois levei-o numa outra médica (alergologista pediatra), e assim que analisou os exames do Lucas, me disse: “seu filho não tem alergia ao leite, isso é certeza. Mas, vamos fazer uma bateria de exames para descobrir o que de fato ele tem". Sai do consultório e corri no mercado para comprar uma lata bem grande de leite Ninho. Juro que ao pegar a lata, até escorreram lágrimas dos meus olhos. Entretanto, eu mal sabia o que nos aguardava depois.

Os exames ficaram prontos e veio o diagnóstico: “imunodeficiência primária” e a explicação de como seria o tratamento. Primeiro viria a "burrocracia" (isso mesmo: burro-cracia), para conseguir a medicação pela farmácia de alto custo (programa em que o governo fornece medicamentos). Só aí se foram quase 3 meses, depois, pensar em como aplicar a medicação num bebê de 1 ano e meio durante 6 horas na veia!

Resolvi então, acordar de madrugada e ficar brincando com ele na sala até que dormisse no hospital  durante parte da aplicação (deu super certo sempre), mas toda vez que íamos "pegar a veia "era um sofrimento. Como era pequeno, várias vezes se fazia necessário pegaram a veia do pezinho e pedia ao meu marido que ficasse com ele, pois todo aquele sofrimento doía em mim e eu acabava chorando junto... Com o tempo conhecemos o enfermeiro certo que o entretia com brincadeira e até beijava sua mãozinha quando "furava" a veia. Assim, seguimos mais de 2 anos nesta luta. No começo, ele chegou a tomar 8 antibióticos em apenas 1 ano, e em dezembro de 2013 fizemos a última aplicação. Ele foi liberado apesar de ainda ter imunodeficiência, e no ano passado tomou apenas 1 antibiótico.

Hoje, ele está super bem, lindo, saudável e esperto... Ainda tenho certo receio de quando fica resfriado, mas por outro lado, tenho muito a agradecer a Dra. Michele que descobriu cedo o que ele tinha, afinal, nem todos tem esta mesma sorte...


*Por Jan M. - siga nossa página, clicando aqui e apertando "curtir"

domingo, 24 de maio de 2015

Gestação sem glamour!

E a alegria bateu à porta! 
Eu estava viajando com meus pais, tinha ido comemorar meu aniversário fora do Brasil e na última hora meu marido não conseguiu embarcar. Resolvi que faria um teste de gravidez de farmácia no dia do meu aniversário, mesmo sem nenhum atraso menstrual porque queria o maior presente da minha vida! E foi o que aconteceu!!
Descobri a minha gestação no dia do meu aniversário! Mas não queria contar para ninguém antes de contar para o meu marido, então liguei pelo skype para ele e dei a notícia! Não foi lá o jeito mais emocionante de contar, mas era tanta euforia que não haveria outra forma! 
Ele me encontraria uma semana depois quando eu iria deixar a minha família, seguir viagem e encontrá-lo, numa viagem que eu planejava a tempos.
Eu estava radiante de felicidade! E os dias passaram até eu encontrar meu marido e descobrir que a gestação não tem glamour! E foi bem cedo que descobri isso!
Quando fiz 6 semanas, dormi de um jeito e acordei de outro. Acordei com náuseas incapacitantes, queria dormir o dia inteiro, não queria fazer nada e a viagem que era para ser maravilhosa, bem... eu só queria que acabasse.
Voltamos então a nossa realidade, eu rezava para chegar á 12a. semana ( momento mágico para as náuseas).. ela chegou e as náuseas continuaram comigo! O sono havia diminuído, mas as náuseas, os vômitos... me maltratavam todos os dias! 
Eu me lembro como se fosse hoje: estávamos no carro numa avenida movimentada aqui em São Paulo, quando pedi para o maridão parar o carro no acostamento que eu precisava vomitar, abri a porta e lá se foi.... Passavam próximos uns 5 meninos, que então comentaram "oh, ressaca boa"!! Eu queria xingá-los, mas o máximo que consegui foi dar um sorriso.
Passei a gestação inteira com náuseas, vomitando, com azia, hipoglicemia, não conseguia comer direito, tomava uns 5 comprimidos por dia e nada de melhorar. 
Não podia comer nada cru porque tinha a toxoplasmose não reagente, não podia comer fritura porque a azia já não deixava, chocolate.... Pouco também, piorava a azia (sou chocólatra)!
Quando então na 30a. semana, elas apareceram, as hemorroidas! Ah não! Só me faltava essa! Mas elas estavam lá, presentes diariamente na minha vida até a minha bebê nascer! Mais um remédio para coleção, mais um problema na gestação, que só melhoraria quando a gestação acabasse.
E as varizes?! Ganhei várias, as pernas de mocinha linda desapareceram.
A barriga crescia, eu não queria nenhuma estria (essa proeza eu consegui, mas vivia besuntada de creme!!), eu não conseguia mais me depilar, cortar as unhas do pé era só na manicure, dirigir ficava mais difícil, subir uma escada era quase impossível e as roupas?! A gente se contenta com umas 3 calças e umas 3 blusas que fazem a combinação por uns 4 meses! 
Mas passamos por tudo isso muitas vezes sem enxergar nenhum problema porque o ser mais amado do mundo está lá, dentro da gente. 
Até que chega o dia das fotos de gestante, a maquiagem linda, o figurino maravilhoso, cada flash um sorriso e para as pessoas que olham essas fotos, a gestação tem um glamour, é maravilhosa!!
Maravilhosa é o que ganhamos com a gestação, mas não ela em si! Pelo menos não a minha! Mas claro que não me arrependo jamais de gestar minhas duas meninas, minhas riquezas, minhas princesas, minhas jóias preciosas! 

*Por Menina Flor - nos acompanhe no facebook! Curta nossa página clicando aqui!

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Na próxima vida, quero ser pai!!


Na próxima vida, quero nascer pai!

Juro que tem dias que falo isso. Meus filhos (assim como todos, acredito), raramente chamam o pai para ajuda-los com suas coisas, e tem dias que confesso: só quero deitar um pouquinho e esquecer que sou a “mãããããeeeeee”... (risos)

Pai que colabora com a mãe quase sempre é considerado um “superpai”, simplesmente porque dá um banho, leva pra brincar, dá comida ou troca uma fralda ocasionalmente.

Já a mãe, acorda, prepara a lancheira para a escola, leva na escola, no reforço, faz almoço, arruma a casa, acha tudo o que perdem, limpa o bumbum do filho, dá banho, café da manhã, almoço, jantar, lanchinhos, faz bolo quando possível e nunca volta da rua sem trazer ao menos um bombom, e mesmo assim é só mãe!

Não que o pai que colabora não tenha nenhum mérito, tem sim, mas faz parte do papel de pai. Cada um tem sua parcela de responsabilidade, afinal, um filho nunca é concebido apenas por uma parte. Ambas contribuem com algo e assim deveria ser a via de regra para a criação também. No entanto, na prática e na rotina de muitas famílias, infelizmente não é bem assim.

Em pleno século XXI vivemos em uma sociedade machista e pai que limpa vômito do filho, ganha capa de super-herói!

Eu já ganhei faixa de supermãe em uma festinha de dia das mães da escola das crianças, foi até engraçado, pois me lembrei de tantas referências a superpais que sempre ouvi e vi por aí.

Entretanto, por que afinal eu gostaria de nascer pai? Oras, para desfrutar deste privilégio único de não fazer quase nada e mesmo assim ser enfaixado como o super. Homens no geral nunca acham nada que procuram, mesmo que a coisa esteja na frente deles. É raro encontrar um pai que seja solicitado pelo filho à procurar “aquele negócio que está lá do lado daquela coisa” OU mesmo à ajudar com os deveres da escola, enquanto as mães... Você já se pôs a contar quantos “mãããe, mamããããe ou manhêêê” escutamos durante um só dia? Tenho certeza que o resultado é incontável, pois não só na minha casa, mas na casa de todos eles são inúmeros...

Pai tem mais liberdade, não se preocupa com quem vai deixar os filhos se tiver um compromisso. Pai não pensa que se piscar os olhos um pouco lentamente é o momento que o filho pode se meter numa encrenca, cair do sofá e bater com a cabeça no chão ou mesmo engolir aquele objeto minúsculo que está brincando. Pai com sono não acorda para dar de mamar durante a madrugada, uns sim, vamos mencionar, mas a maioria, não!

Pai, não gera o bebê, não tem o compromisso de nutrir o pequeno ser desde que era apenas um feto e depois que nasce, mesmo com a ajuda da mamadeira, não tem a obrigação de alimentar. Que seja dito que muitos pais alimentam e nutrem seus filhos desde o ventre de suas esposas com amor, cuidados e carinho. Mas de fato quem sofre tudo com amor é a mãe e ainda assim, é julgada pela sociedade. Seja pela via de parto que concedeu a luz ao seu filho, seja por não amamentar (por N motivos), seja por escolher dar somente alimentos orgânicos para a criança ou mesmo por simplesmente comprar papinha industrializada.

Ser mãe é tudo de bom, mas esses dias eu e meu marido estávamos deitados descansado um pouco, (tentando descansar) e não se passaram 2 minutos, meu filho entrou dizendo:

- Mãe, quero uma mexerica.
Levantei-me e fui, peguei a mexerica, descasquei, cortei e dei.

Pouco tempo depois, minha filha gritou:
- Manhê! O Lucas jogou casca de mexerica na vizinha...

Dois segundos depois (não deu tempo nem de levantar), ela completou:
- Manhê! Será que você não ouviu? O Lucas jogou casca de mexerica na vizinha!!!

Levantei e dei uma bronca no Lucas. Pensei: será que eles não estão vendo o pai? Virei pro meu marido sentado e comendo mexerica tranquiiiilo e disse:
- Na próxima vida, quero nascer pai!

E ele na maior cara de pau, respondeu:
- Eu tenho medo é de nascer mãe! Kkkk

*Por Jan M. - curta nossa fanpage no facebook clicando aqui!

Vacina de Meningite B - Campanha Bexsero para todos!!


Chegou ao Brasil a vacina Bexsero, que imuniza contra a meningite B. 
A doença possui grande letalidade por conta da rápida evolução do quadro clínico após a infecção. Para se ter uma ideia da gravidade, de cada dez casos, dois são fatais. 
As meningites bacterianas, que representam de 20% a 40% das meningites, são consideradas as mais graves.
Só está sendo imunizado quem pode pagar pela vacina, já que o governo não tem data para disponibilizar na rede pública e cada dose custa cerca de R$ 500,00!!!
EU NÃO POSSO PAGAR! VOCÊ PODE? 
Vamos DEFENDER os nossos DIREITOS e proteger nossas crianças!!
Compartilhe esta causa porque juntos DEVEMOS REIVINDICAR! 
Chega de Mensalão e Petrolão! Nós precisamos de vacinação! 
#bexseroparatodos 


Você encontra mais informações sobre a vacina  neste texto do Drauzio Varela.
A idéia da campanha é desafiar o maior número possível de amigos a postarem nas redes sociais (facebook, twitter, instagram, etc) uma foto com o B no lugar onde seria a vacina contra a Meningite B e o cartaz com o "Eu não posso pagar! Você pode?" e a hashtag #bexseroparatodos
A intenção da campanha é informar as pessoas sobre a existência da vacina e causar impacto para que consigamos a vacina através do governo.
Juntos, podemos mais!

Compartilhem esse texto!
Desafiem seus amigos!

Você também encontra esse post disponível para compartilhamento na nossa fanpage no facebook aqui!

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Cortesia é amor!


Ainda no dia das mães, fim de domingo, fui dar aquela passadinha nos grupos de mães e fui pega de surpresa com a quantidade enorme de mães desabafando. Desabafo mesmo. Mães que estavam se sentindo extremamente tristes porque seus companheiros não haviam lhe dado nada. Nem mesmo um cartão. Alguns, nem mesmo um “feliz dia das mães”. Para muitos, a desculpa: “ah, mas você é minha esposa e não minha mãe”.
Pode parecer um capricho para muitos. A velha desculpa do “mas é só uma data comercial” ainda é sacada como argumento genérico e ainda vem acompanhada do “dia das mães é todo dia”. E é! Agora, quem pode, de verdade e com honestidade, dizer que celebra a mãe no dia-a-dia? A gente tem uma vida tão atribulada que mal lembra de comer, quanto mais de parar e apreciar, de fato, quem é importante para gente.
Agora, se você acha válido celebrar a sua mãe, então eu gostaria de saber como não celebrar a mulher que você escolheu para essa missão única e especial de ser mãe dos seus filhos? É tão, tão incoerente.
Sim, dia das mães é todo dia. Mas você, pode acaso, se lembra de, todo dia, agradecer a sua esposa pelo papel que ela representa na vida do seu filho? Você, de fato e de coração, faz com que ela perceba o quanto você é grato pela dedicação que ela tem ao seu filho?
Sim, sua esposa não é sua mãe. Mas ela é UMA mãe. Na verdade, fora a sua, é a mãe mais importante que existe porque foi você que escolheu torná-la uma. Não? Como não celebrar isso?
A gente nascer como mãe é um processo difícil, dolorido até. Tudo muda muito na vida, no corpo, na alma da mulher. Abdicar não é só um verbo. A gente faz por escolha e amor? Faz. Mas nem por isso tem menos mérito ou merece menos apreciação. A gente ESPERA ser celebrada. Se for o primeiro dia das mães então.. noooossa.
Esteja a mãe ainda grávida ou já com seu bebê no colo, o primeiro dia das mães é um marco. Um cair de ficha. Um carimbo na nossa carteirinha de Mãe. É uma doidera? Até é. Mas é verdade e é humano. Bonito até, se a gente parar para pensar.
A gente chora com os anúncios na tv, aguarda ansiosa o bilhetinho na agenda do filho, se debulha com um cartão feito com polegares e indicadores melados no guache... porque é uma realização. É um cafuné por tudo o que passamos para chegar até ali.
Todas as nossas dúvidas, medos.. todos nossos males físicos, a privação do sono... todo esse turbilhão é recompensado por um sentimento simples e avassalador neste dia: “Eu sou mãe e tô indo bem”. É um cair de ficha.
E quando a ficha cai de forma graciosa... com nosso parceiro e companheiro nos presenteando e reconhecendo, aí.. é a cereja do bolo. Porque a gente se duvida tanto no processo de ser mãe que se baliza no outro. A gente não precisa do outro para dizer que somos boas mães, não é isso.
Mas quando o outro diz, com carinho e amor, um feliz das mães, ai a ficha cai suave e dançando. É um afago na alma. É.. acima de tudo, cortesia.
E cortesia é amor.
Pode ser um cartão simples. Um desenho do filho em um papel mais bonitinho que o pai comprou. Pode ser um monte de foto em uma montagem. Pode ser um café servido à mesa... o reconhecimento vem de várias formas.

Agora, já que estamos falando em presentes, por que não investir um cadinho mais de carinho ao decidir sobre ele?
Há algumas mulheres que até podem gostar de eletrodomésticos, mas a não ser que seja deixado bem claro, eu não arriscaria... quase sempre são vistos como utilidades para a casa e não um mimo para a pessoa.
Há mulheres que são práticas e, grana curta, preferem deixar bem claro aquilo que estão precisando. Já que vamos gastar mesmo, que seja algo útil e certeiro. Hehehe
Há aquelas que gostam de presentes padrão: sempre maquiagem, sempre roupas, sempre bolsas...
Vez ou outra aparecem presentes que parecem que foram feitos para nós. Esse ano, a novidade foi a Mandala com o nome. Taí um presente que eu AMARIA receber. E pelo que eu vi nos grupos, é quase uma unanimidade.
Posso falar por experiência própria que poucas coisas dão mais orgulho para gente do que o próprio nome do filho.
Quando eu ouvi o nome completo da minha filha a primeira vez e sabia que ela era minha, meu coração parou por dois segundos.
A gente se torna mãe do serzinho mais lindo do mundo (para gente, né? Hehe) e tudo que a gente quer é gritar pro mundo que ele é nosso.
A oportunidade de poder carregar no pescoço o nome que a gente escolheu, do filho que a gente fez, mostrando a família que a gente, com tanto amor e dedicação, criou e mantem... é demais.
Eu tô de olho em uma e talvez esse texto seja uma dica para o marido para o próximo ano.... talvez.. hehe

Dia dos namorados está chegando e eu torço para que aquelas mãezinhas, tão tristes naquele domingo de maio, tenham a chance de se sentirem enamoradas no meio de junho.
Quem sabe esse texto ajude?
Dia dos namorados também é algo comercial? É. Tudo é.
Mas olha.. quantas oportunidades a gente tem de realmente mostrar pra quem a gente ama o quanto somos felizes por estarmos compartilhando essa jornada com eles? Para se pensar. E aproveitar.

Cortesia e presente, gente.. nunca, nunca é demais.

**
Já que a gente quer ajudar mesmo com o texto dando a dica completa para os companheiros (hehehe), essa mandala linda que ilustra o texto você pode encontrar com a Gabi Slivskin aqui:

https://www.facebook.com/gabriela.slivskin?fref=ts

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Vai passar!


Calma, vai passar!

Acho que essa foi a frase que mais ouvi desde que descobri minha gravidez: “vai passar”. Se analisarmos bem quantas pessoas costumam nos dizer isso quando percebem que estamos vivendo uma situação comum à gravidez, ao crescimento dos filhos ou à vida conjugal pós- maternidade, vamos descobrir que esse é praticamente um mantra.

Tudo começou com os enjoos, típicos do segundo e terceiro mês de gravidez. Eu me sentia tão mal que não queria nem conversar. Me vendo daquela forma, todos diziam que iria passar. Claro que esse é um ‘conselho’ de pessoas experientes, que viveram aquela situação até mais de uma vez, mas falemos a verdade: quando estamos vivendo algum ‘problema’ é quase impossível ver a frente, enxergar uma luz no fim do túnel, então o “vai passar” começa e te consumir.

Os enjoos obviamente passaram e depois dele muitas outras fases vieram, principalmente com o nascimento do bebê. O recém-nascido que não sabe fazer a pega correta do seio, o puerpério, as noites mal dormidas. Parecia que as pessoas a minha volta tinham sempre a fórmula do “em tanto tempo isso vai passar”. Claro que os números não são exatos, mas as fases costumam acontecer mesmo por um período determinado e duram, em média, a mesma quantidade de tempo, mas volto a dizer, para quem está vivendo, a única sensação é de aquilo será infinito.

Sem contar que nem tudo tem a mesma duração, não é mesmo? “Cada criança tem o seu tempo”, era o que diziam quando o “em tanto tempo vai passar” não funcionava na data esperada.

Lembro-me de uma noite, depois de semanas sem dormir, que comecei a pensar que um dia, bem lá no futuro, meu filho teria que dormir uma noite completa, que ele já saberia falar e que eu explicaria para ele a importância de uma boa noite de sono... quando ele tivesse, sei lá, uns cinco anos. No momento aquilo me proporcionou um alívio tão grande que nem notei que projetei meus planos para dormir uma noite completa cinco anos no futuro!

Aqui em casa, as noites começaram a fazer mais sentido quando meu filho já tinha um ano, exatamente quando começaram outras tantas fases que passariam da mesma forma que essa teve seu fim.

A adaptação na escola foi outro desafio. Acho que escutei tantas vezes o famoso “vai passar” que sonhava com ele e até comecei a dizê-lo para outras mães que se encontravam no mesmo desespero eu.

Com o tempo e as centenas de coisas que vamos vivendo com o crescimento de nossos filhos, muitas delas esquecidas com o passar dos meses, conseguimos entender que, de fato, “vai mesmo passar”. E tudo vai ficando mais leve. Conseguimos até usar a certeza da finitude das fases para encará-las de forma mais natural e menos estressante.


Hoje, tento me controlar para não usar o mantra ”vai passar” com algumas mães que cruzam meu caminho. Mesmo que, na maioria das vezes, seja a única coisa significativa que se possa dizer naquele momento. 

*Por Carlinha M

domingo, 17 de maio de 2015

Mães especiais


Como sempre falo da minha experiência com crianças especiais, hoje vou falar das mamães especiais que passaram pela minha vida...

Foram muitas mães lindas e fortes (coloca força nisso)!

Algumas faziam tudo sozinhas, pois os pais não deram conta de serem “pais especiais”. Outras, com maridos mais fortes que elas ao lado. Umas tinham 2 ou 3 filhos especiais, e outras 2 ou mais filhos ditos “normais”.

Existem mães que até conseguiam sair para trabalhar fora e as que optaram viver em favor apenas daquele filho especial e, não sei se sabem, mas existem mães de filhos especiais que sofrem um luto pelo filho perfeito, ou seja, sofrem por não terem tido um filho normal tanto quanto àquela cujo filho simplesmente faleceu. É algo muito forte pra ser visto de perto. Eu não cheguei a passar por isso e vivenciar com elas esta fase, pois a maioria dos meus alunos tinham mais de 7 anos. Mas, além de ter estudado isso nos cadernos e livros, elas mesmas me contavam (desabafavam). É algo extremamente triste e que tem de ser superado, afinal. Complicado!

Era triste também conversar com elas sobre a involução do filho, pois havia crianças que não respondiam bem às atividades e não evoluíam o quadro. Puxa! Aquilo doía nelas, mas também em mim. Por outro lado, como era gostoso ver o sorriso de cada uma delas quando havia uma resposta favorável, ou seja, quando seus filhos evoluíam em algo... Podia ser um simples gesto, mas ele significava muito e a alegria dessas mães ao ouvirem isso era contagiante! Emocionante!

Como é bom, poder escutar o quanto eu era importante para vida dos filhos delas... Era gratificante!

Como foi difícil não me emocionar quando parei de dar aula para os filhos delas... Nós acabamos criando laços afetivos com as crianças e suas famílias, mesmo sendo restritamente profissionais.

Como é bonito ver a dedicação das mães aos seus filhos que, muitas vezes, nem mesmo correspondem como elas queriam ou como era de se esperar!

Foram mães super protetoras, mães seguras, mães inseguras, mães felizes, mães cansadas, mães acompanhadas, mães sozinhas, mães novinhas, mães mais velhas... Afinal, todas tinham algo em comum, o amor pelos seus filhos e mães assim não são somente mães, são mães especiais!

*Por Jan M.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Metamorfose


No que a sua vida mudou depois da chegada de sua primeira filha?
Não existem apenas mudanças. Mudanças são transitórias, temporárias e podem ser revertidas em qualquer tempo. O que acontece com uma moça que se torna mãe é uma transformação, uma metamorfose.

Eu era uma jovem moça casada e nove meses depois eu já era uma jovem senhora casada e mãe.

Antes, mesmo casada, às vezes recebia cantadas e olhares dos homens nos lugares que ia. Muitos inclusive quando descobriam que eu era casada, diziam: que pena! Cheguei tarde! Nossa, que desperdício... Sabe, tirando a inconveniência disso, me sentia até lisonjeada, me sentia bonita, viva e valorizada!

Entretanto, só sendo casada não tinha notado nenhuma mudança drástica em mim. Refiro-me ao meu corpo jovem, cheio de curvas longilíneas. Um par de seios bonitos, uma bunda arrebitada, algumas celulites e estrias, é claro (afinal de contas toda mulher normal tem). Mas mesmo assim me sentia uma moça atraente. E a única diferença que encontrava entre mim e as moças ao meu redor, era ser casada e apesar disso, eu era uma jovem normal.

Nove meses depois, me tornei mãe e as preocupações com a vida já eram totalmente diferentes. Posso dizer que a futilidade do meu ser morreu para dar lugar a uma mãe dedicada e constantemente preocupada com o bem estar da filha.

Não durmo um sono pesado há 2 anos, acordo de hora em hora durante a madrugada para saber se minha filha respira tranquila, se não está febril ou mesmo com calor. Não degusto mais os alimentos da forma com que fazia antes, pois desde que me tornei mãe só me preocupo em alimentar a minha filha, se ela comeu bem, se comeu um pouco de tudo que coloquei no prato, se ainda está com fome, com sede... O sabor, a textura e a beleza do que é colocado no prato, já não são mais o principal pra mim. Interesso-me muito mais por comidas saudáveis, com nutrientes, fibras, vitaminas que irão fazer bem a ela.

Hoje, eu já não me arrumo mais. Antes, eu era conhecida como a boneca “Barbie”, todo dia com uma roupa diferente, sempre seguindo a tendência da moda, com maquiagem perfeita, cabelo impecável. Mesmo trabalhando cedo, fazia questão de levantar no mínimo 1 hora antes do horário normal para tomar banho, lavar o cabelo, secar e fazer cachos nas pontas. Tingia-o religiosamente de 15 em 15 dias e nunca andei com a raiz do cabelo aparecendo. Inclusive, condenava as mulheres que encontrava na rua com o cabelo mal pintado e dizia: como tem coragem?
Até pra ir à padaria me maquiava e penteava o cabelo!

Hoje, não entendo como conseguia fazer todo aquele ritual. Maquiar-me e pentear o cabelo da forma como fazia antes, só em pensar me sinto exausta! Não tenho mais ânimo e nem disposição para tanto.

Vou à padaria todo dia com a mesma cara de ontem, cara de: desculpe, é o que estou podendo oferecer no momento. Sinto não ser tratada da mesma forma que antes, falta um quê de dignidade em mim e já não recebo mais aquele agrado do rapaz que corta os frios como antigamente: quer experimentar um pedaço do queijo, moça? Isso ficou pra história! Hoje ele corta o mais rápido possível pra chegar a vez da próxima pessoa da fila! (risos)

Ando pelo mercado feito uma louca de moletom e Havaianas. No cabelo, o penteado mais 
incrível do momento: o bom e velho “Coque” e saio às compras.
Antes, ir ao mercado era uma terapia, comprava molhos especiais para fazer jantares especiais para o marido, investia num bom azeite e na dispensa sempre tinha um bom vinho para acompanhar as massas.

O setor de cosméticos era o meu paraíso! Ficava longas horas lendo os rótulos dos shampoos, condicionadores, finalizadores... Sempre saia de lá com pelo menos dois ou três produtos novos pra testar.

Hoje, meu marido até brinca dizendo que parece que estamos treinando para correr a maratona! Não podemos demorar em corredor nenhum, não só por causa do tempo que é curto, mas porque nossa filha passa derrubando TUDO o que está nas prateleiras. O corredor de desodorantes é uma tortura! Ela derruba um a um como se fossem pinos de boliche. O de biscoito, então, nem se fale! Ela pega todos e vai enfiando no carrinho, e ao mesmo tempo vamos tentando tirar o que ela está pondo e isso vira uma pequena disputa. Tenho certeza que o rapaz do circuito de câmeras deve ter nossos rostos numa lista negra e somos tidos como: baderneiros para o mercado. (risos)

Nunca mais fiquei 1 minuto completo no setor de cosméticos. Comprar shampoo é assim: esse é pra cabelo oleoso, põe no carrinho e bora para o próximo item da lista.
A prateleira do banheiro que antes arrebentava por causa do peso, hoje tem espaço até para pendurar os brinquedos de banho. É um shampoo e um condicionador para os dois (eu e o meu marido), e o shampoo da nossa filha. Antes tomávamos banho cada dia com um sabão diferente, enquanto hoje é um sabão liquido pra família toda! E VIVA às embalagens tamanho família!

Como podem perceber, hoje sou outra pessoa. Não dou mais tanto valor a mim.
Hoje valorizo e priorizo a minha filha, se ela está bem tratada, se está bem alimentada, limpa, saudável, bem vestida. Se o sapato combina com a cor da blusa. Se está preparada para a estação do ano que está por vir, se tem casacos para o inverno ou vestidos para o verão. Enquanto eu, bem, eu nem tenho mais guarda-roupa! Soco minhas peças numa cômoda e quase sempre uso as mesmas peças. Tenho 2 calças que uso com frequência e 1 para ocasiões especiais. Tenho vestidos da época que as festas era a minha vida, mas nenhum que imprime mais a personalidade que assumi me tornando mãe.

As lindas saias rodadas e curtinhas que exibiam minhas belas pernas, hoje já somam o guarda-roupa de outras pessoas, pois ao sair da maternidade já fiz a limpa e doei boa parte das roupas de “cocota” que compunham o meu closet. Aliás, hoje já não me sinto à vontade de saia, mesmo as mais comportadas, pois as marcas que a maternidade fez no meu corpo estão à mostra para todos verem. As estrias, as celulites, a flacidez e as melasmas...

Hoje tudo se transformou, foi uma verdadeira metamorfose.
Por fora, posso parecer mais velha e menos formosa. Mas, por dentro me sinto melhor, me sinto provedora, me sinto educadora, me sinto instrumento formador de um novo ser com sua personalidade própria, ideias, atitudes e sentimentos que vão além dos meus, mas que ao mesmo tempo são fruto de tudo o que de melhor eu ensinar e proporcionar a ele.
Hoje me sinto mãe, e ao menos com isso me sinto satisfeita, pois meu corpo antes cheio de curvas esculturais hoje nutre de amor um ser que foi formado de e em mim, é parte do que fui e do que sou e levará à posteridade um pedaço, o melhor pedaço de mim.

*Por Bruna C.M.


domingo, 10 de maio de 2015

Leva o casaco, filho, mas não tenha medo do frio!


Ela precisava saber se já estava na hora da mamada, da cólica, da soneca, do riso ou do choro e de se preocupar com o peso, com a febre, com a tosse, com o frio, com o calor, com o dente e com o cocô.
Precisava mesmo saber se você se adaptou bem na escola, se passava na prova ou precisava de cola. Se era de muitos colegas ou de poucos amigos, se estava incomodado com alguma coisa, ou se não se incomodava com nada.
Se estava apaixonado, ou se não se apaixonava por ninguém, se sabia o que é sexo (ou já fazia sexo), se conhecia o perigo das drogas (ou já conhecia as drogas), se andava com más companhias ou se era boa companhia para alguém.
Se tinha escolhido a profissão certa (ou pelo menos tinha consciência que estava na errada).
Se casou, se descasou, se escolheu uma pessoa bacana ou andava se divertindo (ou se arriscando) com as sacanas.
Se se perdeu dos seus próprios sonhos ou se só estava fazendo um caminho diferente para reencontrá-los.
Se seria um homem ou uma mulher de coragem, que viveria a vida além do próprio umbigo e não só buscaria pela felicidade, mas a construiria diariamente.
Ela precisava saber, assim como você também vai precisar saber dos seus filhos. Então, por favor, entenda que quando a sua mãe te pede para levar um casaco, é porque ela realmente se importa contigo. Ela sabe que a previsão do tempo da vida está sujeita a um inverno rigoroso, chuvas e trovoadas.
“Leva o casaco, filho, mas não tenha medo do frio.” - mamãe.
*Por Cinthia F.


quinta-feira, 7 de maio de 2015

O dia que repensei a minha forma de viver


Há cerca de duas semanas fui assaltada. Assim como não foi a minha primeira vez, tenho certeza que já aconteceu com inúmeros de vocês que estão lendo esse relato agora.

Apesar de não ser novidade e de já ter vivido outras situações semelhantes, agora, que sou mãe, a fragilidade da vida e a forma como aproveitamos nossos momentos passou a ser questão de muita atenção em meu cotidiano.

Ser mãe me fez refletir sobre a quantidade de pessoas que passam seus dias reclamando ou que perdem a oportunidade de sorrir, abraçar, cantar e dançar... Oportunidade de serem felizes!

Ficar sob ameaça de dois marginais, me fez novamente refletir sobre como tenho vivido e como as pessoas tem encarado os dilemas do dia-a-dia. Fez-me lembrar das famílias com parentes acamados, em coma, em hospitais. Fez-me pensar sobre perder a vida sem ao menos tê-la vivido plenamente e me provocou mudanças ainda mais profundas que me fizeram inclusive ter medo, não só de gente, não só da vida... Mas também da morte!

Hoje, quando entro em casa, procuro deixar meus problemas em uma caixa imaginária do lado de fora. Antes de sair do trabalho, lavo minhas mãos, meu rosto e coloco minha melhor feição. Abro meu coração e vou buscar meu filho na escola. Quero dar o melhor de mim pra ele e não aquela cansada e sem paciência, mãe que de vez em quando teima em me dominar.

Eu sei que o susto e o medo vão passar, pois vou continuar a fazer tudo como antes: trabalhar, almoçar, atender ligações, participar de reuniões... Por isso, decidi escrever aqui as coisas que não quero esquecer nunca mais, nem por um segundo. Peço apenas a você leitor que não considere isso um conselho, mas sim um desabafo de uma mãe que assim como tantas outras, quer estar ao lado de seu filho e sua família ainda por muitos anos:

- Sorria para seu filho, mesmo quando for de madrugada e ele teimar em não dormir para ficar na sua cama.

- Abrace-o bem forte todas as vezes que for deixá-lo e quando reencontrá-lo. Ele saberá que você o ama.

- Não tenha vergonha de dizer eu te amo, mesmo que você ache que ele não entende.

- Olhe-o nos olhos, mostre sua cumplicidade.

- Não se desespere quando não souber o que fazer. Às vezes, cantar uma linda canção pode ajudar a amenizar o choro e confortar um coração.

- Não grite. Só se for pra cantar bem alto!

- Pare tudo. Deixe o celular de lado. Esqueça a novela, o trabalho, os problemas e dê atenção apenas ao seu filho. Ele com certeza valorizará cada segundo ao seu lado.

- Lembre-se todos os dias como a vida é frágil, está sempre por um fio. E você não vai querer apenas passar por ela sem aproveitá-la em sua melhor intensidade.


*Por Carlinha M.

sábado, 2 de maio de 2015

A importância da parceria dos pais e professores na educação


 Por alguns anos, trabalhei em escolas especiais e sempre encontrei pais que facilitavam a vida dos educadores, no caso eu. Ou dificultavam todo o trabalho a ponto de não haver progresso na educação dos filhos.

Na primeira escola em que trabalhei, a maioria dos alunos eram autistas. E alguns muito agressivos que precisavam de contenção medicamentosa, inclusive. No entanto, algumas mães insistiam em não medicar por simples dó ou até mesmo por medo, entretanto, uma das características do autismo é a autoagressão (quando machuca a si mesmo) e heteroagressão (quando machuca o outro), e é lógico que quando o aluno entrava numa crise agressiva, acabava atrapalhando o andamento da aula, prejudicando, portanto ele mesmo e os demais alunos.

Tive uma aluna com hipotonia facial (flacidez na face), cujo sintoma a atrapalhava na fala. Para isso, a fonoaudióloga orientou que déssemos alimentos em pedaços pequenos a fim de treiná-la, mas sua mãe nunca nos permitiu fazer este tratamento, dificultando assim todo o nosso trabalho e a evolução de sua filha.

Quando os pais são parceiros, tudo fica mais fácil. Por outro lado, entendemos que não é fácil para os pais aceitar e impor limites, ainda mais em se tratando de crianças especiais.

Trabalhei também no caso de uma outra menina com um sério comprometimento físico e mental. Lembro-me que no intuito de socializa-la (porque era muito comprometida), a diretora da escola a colocou nas aulas de canto. E mesmo com o tempo, a menina não interagia com as aulas, mas com a ajuda da família, ela começou a sorrir quando falávamos com ela. Pode não parecer muita coisa, mas quando uma criança dessas sorri, para nós da educação especial, é muito! Afinal, aquela garota cuja mãe ainda chamava de “meu bebê” com 13 anos, parou de colocar a mão inteira na boca (que chegava a ferir) só porque começamos a chama-la de “mocinha”. Para isso, a ajuda da mãe foi importantíssima. Pedi que não chamasse mais a filha de bebê e atendeu prontamente. Mandava até lanchinhos que a filha com o tempo acabou aprendendo a comer sozinha, ou seja, contribuiu com o nosso trabalho e o resultado pode ver com o progresso da filha dela!

Esta sincronia entre pais e escola é o que existe de mais positivo para um aluno, seja ele especial ou “normal”. Por isso, incentivo as mães a ajudarem em tudo e colaborarem com o trabalho que fazemos em prol de seus filhos. A melhora é progressiva, depende de tempo. Mas com ajuda e colaboração, todo esforço vale à pena!

*Por Jan. M.