sábado, 30 de maio de 2015

E não vamos falar de amor


Quando me descobri grávida, além de toda a felicidade, expectativa, etc, etc e etc que todas nós conhecemos; um novo lado meu cresceu: a expectativa de como eu seria tratada e olhada pelo meu marido.

Pois bem. Minha filha nasceu. Tive certo apoio; afinal de contas, eu era mãe de primeira viagem, mas ele não era pai de primeira viagem e isso me trouxe certa segurança.
Mas eu tinha criado, em minha cabeça, um mundo de fantasia, no qual eu seria extremamente valorizada, amada e 'endeusada'. Aliando o 'baby blues' ao fato de que isso não aconteceu (nem de perto): imaginem como fiquei?


Imaginem as cobranças que foram feitas? Imaginem um pai de terceira viagem para quem nada é novidade e nem encanta, com uma esposa cobrando o tempo todo.

FRUSTRAÇÃO. MEDO. SOLIDÃO. TÉDIO.

Foram meses terríveis. De verdade. Eu me achava tão mãe maravilhosa e não tinha reconhecimento. Estava sempre sozinha (e cobrando). Enxerguei um lado do pai da minha filha que nunca tinha visto.

Egoísmo. Egocentrismo. Zero Civilidade e carinho. Compreensão? Paciência? Nada. As pessoas diziam que isso ia passar. Mas meu sonho rosa já tinha sido desmantelado.

Eu estava sozinha e comecei a me arrepender em ter engravidado (NOTA: NADA TEM A VER COM O AMOR PELA MINHA FILHA!). De ter casado, o escolhido para pai. E eu cobrava. Todos os dias.


Brigas homéricas. Pedi divórcio. Meses sem uma conversa decente. Fui tentar ser gente. Parei de amamentar. Busquei minha antiga imagem de mim mesma - e confesso, realmente não sei de onde eu tirei forças para me levantar e me amar novamente. A guarda dele baixou. Ele se reaproximou. Começou a se envolver na minha vida de mãe e a fazer a parte dele. Tudo isso, durou exatamente um ano.

A imagem que eu tinha do homem com quem eu casei foi totalmente descontruida após o nascimento da nossa filha.

A imagem que tenho dele hoje como homem está em 'construção'. Não. Ele não é um mau pai, muito pelo contrário. Mas, minha decepção foi tão grande, que tive que ser muito racional para ver, enxergar e assumir isso.


Meu casamento está longe de estar bom ou razoável. Mas lembra aquilo que nossa avó falava que "quando você tiver filhos, você vai ver que fica tudo mais difícil"? É verdade.

Enquanto isso, a imagem em construção, toma um novo formato, dia a após dia... e tem dias bons, e tem dias ruins e tem a indecisão sobre o futuro. Sobre se há um futuro junto ou separado.


Por isso, da minha decisão de 'só por hoje'. Ou era isso. Ou eu ia ficar tão focada no meu problema conjugal e certamente, não teria aproveitado tão intensamente este primeiro ano da minha filha.


Não sou feliz. Mas tenho bons momentos felizes. É este o saldo deste primeiro ano materno!

*Sob pseudonimos