sábado, 20 de junho de 2015

O ponto fraco é o dia do mal



Percebemos a fragilidade de uma família, quando temos que passar a madrugada num hospital pediátrico!
Essa foi a frase que me veio na cabeça na última terça-feira quando precisamos (eu e meu marido) passar a madrugada no hospital com a nossa filha.

Ao chegarmos, o hospital estava vazio. Acredito que pelo horário, pois sempre procuramos chegar o mais tarde possivel para justamente pegá-lo menos cheio.
Aguardando a enfermeira chamar para a triagem, percebemos as caras dos pais que ali estavam: todos cansados, fadigados e principalmente preocupados. Era notório em seus rostos que não estavam contentes em passar a madrugada naquele lugar frio, branco e com cheiro forte de produto de limpeza.

Tudo bem que a equipe de arquitetura faz até uma forcinha pra apaziguar esse sentimento, usando poltronas coloridas, desenhos bonitinhos nas paredes e até fazem uma brincadeira lúdica ensinando as crianças que devemos manter nossas mãos limpas, espalhando monstros estilizados por todo o hospital. No entanto, ainda assim, é impossivel se entreter com qualquer coisa quando nosso ponto fraco (ou forte porque em vários momentos, nossos filhos é que nos dão força) não está bem. E até a grande TV sintonizada no canal Discovery Kids, não alegra nem o mais despreocupado dos pais.
Ainda na sala de espera me deparei com um casal que estava há hooooooras aguardando a sua bebezinha fazer xixi no coletor para exame. Davam suco, leite, água e NADA fazia a pobrezinha relaxar e urinar. Também, com toda a pressão das enfermeiras que instruiam a mãe a molhar as mãozinhas dela, deixá-la só de fralda, colocá-la num penico de metal... Pra quem está de fora tudo parece fácil!

Me lembrei naquela hora, da semana que precisamos enfrentar a mesma espera com a nossa própria filha que estava queimando em febre e o médico solicitou esse exame.
Naquela noite, pudemos ver como nada está sob o nosso próprio controle. Não podemos apenas ordenar: faça xixi e ela faz. NÃO! É da ordem fisiológica dela sentir vontade ou não e ainda mais sob pressão, não há xixi que desça!

Graças a Deus que pelo menos naquela noite esse exame não era essencial. No entanto, quase um mês depois, estávamos nós ali de novo. Mas desta vez a situação estava feia, e o tão temido exame teve de ser feito da pior maneira possível, através de sonda!
Ao vê-la ali, naquela posição e exposição, cheia de medo e agoniada por não saber o que estava acontecendo estávamos nós, pai e mãe apoiando e acalmando nossa filhinha.

Naquele momento passei a entender a expressão que meus pais usavam ao me ver doente: queria tomar pra mim, só para não ter que vê-la nesse sofrimento!
De sorte que ao menos a nossa filha, depois dos exames e consulta foi enfim liberada. Já a família da bebezinha que estava na longa espera pelo exame de urina, permaneceu naquele frio hospital sabe-se lá até que horas... 
Que Deus cuide das nossas crianças!

*Por Bruna CM



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