sábado, 18 de junho de 2016

Cortar as asas ou ensinar a voar?

(ou O amor é alado)

Existem muitos jeitos de voar. No caso dos filhos, cada etapa é um voo. O desmame, o desfralde, os primeiros passos. O primeiro dia na escola, o primeiro dia na casa do amiguinho, a primeiras férias sozinho. Essas etapas passam pela gente quase desapercebido; mas são vôos; os primeiros exercícios alados. 

E cada voo é um salto para o nosso livrinho de aprendizagem. Aprendemos a prender e a soltar, a limitar e a liberar. A gritar e a sussurrar. A sorrir e a chorar. Aprendemos a segurar nossas emoções; a sentir outras palpitações e até visualizar nossas ambições; realizar nossos sonhos afinal o quão é fofo aquele 'gordinho' que antes só mamava, agora saber se virar pra comer sozinho?! 




Mas, de repente, os voos também ficam mais altos. A coleguinha vira namorada. A mudança de bairro ou escolinha agora é de cidade, faculdade. O quarto, bem ao lado do seu, vira casa, outra casa, com outras dimensões e distâncias. Aí o sentimento de invisibilidade ou irrelevância tomam conta algumas vezes da nossa cabeça. Algumas não, muitas. E assim, a gente entende que os voos, esses primeiros de tempos atrás, eram pra nós, mães, praticarmos. Praticar que o amor é o maior dos sentimentos, é o que engrandece, enobrece, mas que ele só existe para esse momento; o de voar. 

Hoje me toquei mais uma vez que o momento com meu primogênito - um adolescente de 16 anos - está chegando. As asas dele já fizeram longos saltos; nem de treinamento mais. Ele já voa longe, mas (ainda) volta para o ninho. 

A nossa temporada está chegando ao fim. As minhas asas, ainda não cansadas, fazem e farão longos vôos se necessários, mas na inutilidade delas, elas servem também para aplaudir, para vibrar, cada voo que ele dá. E se esses forem longos e distantes, não cabe a mim segui-lo mas, sim, fazer meu ninho num lugar bem alto para que ele possa me ver quando ele quiser, de onde estiver e nossos olhos se cruzarem, nesse infinito céu de amor e oportunidades. 

Afinal, amar é dar asas e ensinar a voar. É, no fundo, o mais sincero sentimento de dar liberdade à vida.

Obrigado, filho, por mais esse ensinamento e por me dar 16 anos de treinamento para esse momento.


Diana Van Driel

Mãe do Victor (16 anos) e do Enrico (4 anos)
Diana é empreendedora e faz a moda divertida e nostálgica da "Honey Peppers", loja especializada em bodys infantis inspirados nos ícones do cinema, música e moda dos anos 80.

Nas horas vagas, ainda consegue tempo para administrar o Mamães e Futuras Mamães, um grupo secreto de mães no facebook. Ops, não avisa que eu te contei!


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Figura retirada do site Pinterest.

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