sábado, 7 de maio de 2016

Sogra também é Mãe

(ou Sobre sogras e que eu aprendi com a minha)

Foram 11 anos de convívio, namorei por 3 anos, casamos, depois de 3 anos divorciamos. Voltamos a namorar 2 meses depois do divórcio, casamos novamente e estamos juntos até hoje. 

Nesses 11 anos, ela tentou me ensinar muitas coisas e, eu, do alto da minha "super experiência" não quis aprender. Ela adoeceu e tivemos apenas 1 mês depois disso. Tentamos fazer o que podíamos, mas não tivemos a chance.  


Dona Elisa e Ester

A última vez que a vi lúcida me despedi e fui embora chorando, arrependida por não ter dito EU TE AMO para aquela senhora de 71 anos. Ela foi mãe zelosa, esposa incrivelmente dedicada e uma sogra excepcional. 

Mas eu, claro, tinha que ser "nora", fazer a linha chata e ranzinza. Sentia ciúmes dela com minha filha, de apenas 15 meses. Hoje choro só de pensar em tudo que minha filha não viverá com essa avó e de todas as lembranças deliciosas que temos. 

Sei que tem muitas sogras que são insuportáveis mesmo, mas também vejo muita mamãe ficar irritada por puro ciúme. O meu orgulho não me permitiu demonstrar todo o amor que eu sentia por aquela mulher, embora eu não fizesse ideia de que era tão grande. 

Aprendi com ela que o amor do meu marido por ela, nunca será igual ao amor dele por mim e, vice versa. São amores diferentes e cada um tem sua importância. Se eu for metade da esposa e mãe que ela foi, já serei muito feliz. Ela era amor e luz, eu que só queria enxergar escuridão.

Não permitam que o orgulhe de vocês atrapalhe uma relação que pode ser tão incrível. Deixem que sejam avós, sogras, mães de seus maridos, ainda que a convivência seja difícil porque, acreditem, a dor da culpa e arrependimento são absurdas e não valem a pena. 

Carregarei comigo esses sentimentos ruins junto com tudo que ela foi pra mim. Sei que ela não tinha mágoas, porque ela não se permitia, mas, ainda assim, dói demais. Dói demais ver essa família, que escolhi para ser a minha, sofrer com a perda de um pessoa tão iluminada. 

Nunca mais vou ouvir sua risada (que tantas vezes me irritou). Tanta besteira e tanta implicância por nada. É isso mamães. Sejamos menos noras e mais filhas, porque amanhã pode não ser mais possível.

À Dona Elisa, todo o meu amor e respeito.

Paty Pego
Nora da Dona Elisa, esposa do Lu e mãe da Ester (1 ano)

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