sexta-feira, 6 de maio de 2016

Por um Dia das Mães menos comercial eu digo sim!

(ou 5 Lições das Mães Suíças para as Mães Brasileiras) 


Vivo na Suíça há mais de 10 anos e apesar da saudade enorme do meu Brasil posso dizer que aprendi muita coisa por aqui. A principal é viver uma vida mais simples, a começar pela forma de criar nossos filhos.

Sou de família de classe média baixa paulistana e muito das coisas que vivo hoje lembram minha infância modesta nos anos 80. A grande diferença é que na Suiça as pessoas têm um poder aquisitivo muito maior do que o nosso, mas optam por um modo de vida mais modesto. 

Vou comentar 5 situações do universo materno, incluindo a comemoração de Dia das Mães, que pude tirar grandes lições morando aqui:




1- Dia das Mães 

O Dia das Mães, por exemplo, é bem menos comercial. 
Propagandas de presentes na TV não existem. Jóias? Carros? Roupas? Perfumes. Não tem. O que tem é propaganda de supermercado com ofertas especiais para o almoço da família. 

Essa parte é bem parecida com a do Brasil, a família se reúne e distribui muitos abraços. 
Já o presente super especial da mamãe na manhã de domingo... são as lembrancinhas escolares e as flores!  E só. Mas qual mãe não amaria ganhar isso? 


2- Aniversário

Buffet infantil praticamente não existe e se existe são para as mães estrangeiras que preferiram não se adaptar ao modo Suiço de viver. As festas infantis são simples como as nossas dos anos 70 e 80. 

Tudo estilo "do it yourself", ou seja, faça você mesmo. O bolo de chocolate, que toda criança gosta, é o astro da festa. Normalmente são sem recheio e cobertos com confete. Os meus bolos, particularmente, fazem um super sucesso por causa da cobertura de brigadeiro. 

Nada de salgadinhos e docinhos. É o bolo, groselha, água, frutas cortadas, batatas fritas de pacote e pronto. As lembrancinhas também são simplórias, saquinhos com pirulito, balas e, no máximo, um brinquedinho de 1 dólar.  Como a festa é para a criança e não para os adultos, não tem nada de cerveja rolando solta e música alta. 

Recreadores contratados nem pensar! Para que existe padrinho e madrinha? Tio e tia? Pois combinamos uns dias antes as brincadeiras, como dança da cadeira, esconde-esconde e vamos lá. Todos colaboram.

Muitos dos nossos amigos nem fazem nada até a criança completar 3 anos e assim começarem a entender o significado do aniversário. Até então, a “festa” nada mais é do que um dia especial como os pais, avós e, caso tenham, com os padrinhos. 


3- Brinquedos

Quase todos os bairros tem uma Brinquedoteca pública. Assim, os brinquedos maiores e mais caros não precisam ser comprados. Pegamos emprestado, por alguns dias ou semana, por uma taxa simplória anual. A brinquedoteca não é feita para “pobre” e sim para os pais que têm consciência de que as crianças hoje em dia têm brinquedos demais e que podemos economizar e reusar. 


4- Bicicletas e patinetes

Toda primavera os bairros promovem um dia de Leilão de Bicicletas, cada um leva sua bike usada, em bom estado,  e tenta repassar a que ficou pequena e conseguir comprar a nova por uma pequena diferença.

Acho super bacana ensinar as crianças desde cedo que vivemos em mundo extremamente consumista e que nem tudo precisa ser novo. Especialmente para essa nova geração que viverá as consequências do nosso modo de vida capitalista. Reduzir, reusar e reciclar é isso aí.


5- Roupas 

Com o meu primeiro filho eu bobeei. Não sabia muito bem como as coisas funcionavam e quando algumas amigas me ofereceram roupas usadas eu pensei “eu não preciso”. Mas o fato é que todas nós precisamos, pois assim sobra dinheiro para mais passeios, mais atividades nas férias, ou para simplesmente economizar. 

Pois bem, na segunda gestação eu aceitei todas as ofertas de empréstimo de roupinhas e acessórios de bebê e, praticamente, só comecei a comprar roupas agora com 7 meses de vida da minha filha. A verdade é que os bebês crescem super rápido e nem dá para as roupinhas ficarem velhas. Usei tudo! Algumas já devolvi e outras estou separando para o próximo recém-nascido, pois nossa fábrica aqui em casa fechou. 


Foi aqui bem longe de casa e em um país bem mais rico que aprendi um novo significado de “viver uma vida simples” e estou muito feliz por isso. 

Espero que neste Domingo você acorde com muitos beijos e abraços dos pequenos e seja tão bem presenteada quanto eu. Porque mãe de grandes tesouros eu sei que você já é. 

Feliz Dia das Mães! 

Luciana Santos Muster
Brasileira vivendo na Suiça
Mãe de Matteo (5 anos) e Olivia (9 meses)


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