sábado, 9 de julho de 2016

Viajando de Avião com crianças pequenas

Semana passada pegamos a ponte aérea (Rio/São Paulo) para ir a um casamento!  Eu, marido, dois bebês de 1 ano e a filhota de 7 anos. Imagina a logística! Três crianças, malas, carrinho de bebê e, claro, a “big” bolsa dos gêmeos.

Para quem não sabe, quando se viaja com bebês de colo não há opção de fazer check in antecipado e – necessariamente – tivemos que pegar a fila do check in. Mesmo a fila preferencial estava lotada. Afinal, era primeiro sábado de férias escolares. Como nos esquecemos disso?

Já no check-in fomos informados da impossibilidade de viajar todos juntos por causa da quantidade limitada de máscara de oxigênio, em cada fileira, daquele equipamento. Acabamos sentando próximos, mas separados, o que seria ótimo por causa da questão da máscara, mas ruim para nos apoiarmos nos cuidados com os pequenos.

Viajar com criança no colo já quer dizer que você não vai mesmo se sentir confortável, anyway. Não dá nem para baixar a bandeja para apoiar a água... Fora que a gente fica o tempo todo atento para o baby não puxar o cabelo de ninguém, nem dar pontapés na cadeira da frente, nem pegar o celular da mais velha (com cara de brava) que está jogando candy crush.


Foto by Mirror.co.uk

Mas não demorou muito para os bebês começarem a esbravejar. Para qualquer criança de um ano, começando a andar, ficar no colo, quieto, por 45 minutos, é tortura e choro na certa. Tentei ser fina, coloquei o óculos como fazem as celebs para não serem reconhecidas e  fiz cara de quem está no controle.

Mas, meu disfarce durou pouco tempo. Todo o avião se solidarizou (ou se incomodou) com o chororô. Uns tentaram piedosamente fazer gracinhas para as crianças sorrirem, outros colocaram o fone de ouvido e ainda, os mais dramáticos, fizeram cara de “ah, se fosse meu filho”.

Mas, a verdade, é que não tinha mais o que fazer, dei água, dei leite, dei o brinquedinho, liguei o celular...dei pãozinho... e a sinfonia nada harmônica continuava. Eu, como meu marido, queríamos mais que todos que os bebês se acalmassem e, daí para frente, cantei todas as músicas do meu repertório infantil, chegando a ensaiar por duas vezes as primeiras estrofes do hino nacional.

Para o meu azar, ainda comecei a passar mal. O estômago embrulhou, peguei o saquinho (do vômito), segurei forte. Pensei, vai passar. Mas, não passava, criança chorando, dor de cabeça, estomago virado. Não tinha jeito, tinha que pedir ajuda. Olhei para a moça que ensaiou as gracinhas no começo do voo, dei o bebê para ela e falei “cuida dele para mim, por favor, que preciso correr para o banheiro. Meu marido até tentou, mas dois no colo era desastre na certa. Fui.

Quando voltei, no corredor, ainda tive ânimo para sorrir para a Hortência (sim, a do Basquete, que também estava no voo) e me desculpar, telepaticamente, pela turminha do barulho. Mas... fazer o quê? 

Alívio de todos mesmo foi quando o comandante informou que estávamos em procedimento de descida.

#ficaadica mantenha a calma. Tem vezes que gente faz de tudo e, mesmo assim, não consegue controlar o humor do bebê. Porém, o mais importante é estar preparada e tentar, de todas as formas, que a viagem seja a mais tranquila possível.

Para isso, conversei com a Giovanna Luchetti, amiga e comissária de bordo há mais de 10 anos, que preparou uma listinha do essencial para ser levado na mala de mão para quem viaja com os pequenos passar menos apuros.

A mala de mão, ou bolsa do bebê, tem que ter tudo para suprir suas necessidades básicas de higiene, alimentação, conforto e distração durante o vôo. Anota aí!


Higiene: fraldas, lenço umedecido, pomada e trocador portátil.
Em voos internacionais, dependendo da companhia há certo suporte, mas, hoje em dia, são poucas as que ainda fornecem fraldas como cortesia. Mesmo o leite disponível pode ser muito forte (integral em pó) para os pequenos ocasionando estranhamento com o gosto e até mesmo gerando gases e cólicas. Leve o leite que ele já está acostumado.

Alimentação: água, leite em pó - se não estiver mais em Leite materno exclusivo – e papinha de sua preferência.
Se o seu filho usar mamadeiras, leve-as com água já fervida e resfriada (pelo menos duas, uma para água pura e outra para o leite). Separe a dose certa do leite em recipientes com divisórias especiais para essas situações (garanta sempre doses extras para o caso do voo atrasar ou outro imprevisto). A papinha para viagens eu prefiro as industrializadas mesmo porque são embaladas a vácuo e não precisam de bolsa térmica para armazenagem. Outra dica é levar a fruta ou bolacha preferida do seu pequeno, para os que já comem, ainda mais se ele for seletivo na hora de se alimentar.

Mesmo em voos internacionais, que o limite para líquidos é de 100 ml, os fiscais costumam ser flexíveis com a água para o bebê. Leve água filtrada e fervida, em temperatura ambiente, e garanta rapidez na hora de preparar o leite. Sim, tem água à disposição no vôo, mas serão 10 minutos de choro a menos na espera da mamadeira. Comida industrializada, líquida ou pastosa, é uma exceção à regra dos 100 ml. Pode (e deve) levar tranquilamente.

Conforto: chupeta (se usar), roupas extras, incluindo casaquinho ou manta para suportar o ar condicionado.
Fora a temperatura, a maior preocupação das mães tem que ser com o ouvido do bebê, principalmente, na decolagem e na aterrisagem. Estar sugando (chupeta/ água) ou mamando, seja no peito, ou na mamadeira, ajuda muito a não sentir dores devido à pressão. Como as vias aéreas dos recém nascidos são mais sensíveis muitos médicos recomendam esperar pelo menos 1 mês de vida para fazer a viagem. De qualquer forma, sugar ajuda a não sentir dor independente da idade da criança. Se estiver gripada ou com otite o desconforto pode ser muito maior (inclusive para adultos).

Distração: tablet ou livro de colorir com lápis de cor ou canetinha.
O tablet com filmes e aplicativos preferidos pode ser a salvação de muitas mães, acalma qualquer criança, dos mais piticos aos maiores. Se preferir usar o celular com o objetivo de entretenimento não esqueça de colocar no modo avião. 

Dicas de 
Giovanna Luchetti
Comissária de Bordo e Mãe de Francisco (7 anos) e Gabriel (4 anos)

Com texto de 
Cinthia Fontoura
Mãe de 3

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