domingo, 12 de fevereiro de 2017

O causo do bikini (e da frustração)

Essa manhã, bem cedinho, minha filha de 8 anos me ligou da casa de uma amiguinha. “Mãe, oh mãe, você esqueceu de colocar meu bikini na mochila”. 

Ah, esqueci? Será? Estava com tanto sono que demorei um pouco para entender o “causo do bikini”. Fato é que eu tinha colocado o bikini, mas o bikini errado... ela queria aquele outro, o novo, com babados. 

foto do pinterest

Nenhuma mãe deveria ser acordada durante a soneca pensei, são 5 minutinhos sagrados e sair dessa com bom humor era só para os fortes. Respirei e insisti:
- Ok, entendi, mas usa esse mesmo. Você não vai perder a farra com as amigas na piscina não é?”

Mas o meu argumento pareceu fraco perante a fantasia pré-estabelecida de reinar com o biquininho novo na festa das meninas na piscina; ela continuou, agora, já com voz de choro. “Então eu não vou entrar na água!”

Continuei firme:
- Amor, presta atenção na mamãe. Se a mamãe for aí não vai ser para te levar o bikini, vai ser para te levar para casa. Entendeu? Seja inteligente agora, acalme-se e responda para mamãe: 

Você prefere o bikini ou prefere ser feliz? ...hã?

Mas, aquela tal de inteligência emocional não estava mais lá, só tinha a frustação do plano não ter saído como ela previa (corte para a cena da Sabrina, linda, de bikini de babados, e óculos de sol bacanudo desfilando na piscina). “Mãe, só quero ir embora.”

- Ok filha, estamos indo aí te buscar.

Desliguei o telefone, e o meu marido olhava para minha cara... “Deixa que eu levo o bikini lá. Depois você conversa melhor com ela. Ela só está chateada”.

Foi quando eu comecei a pensar em quantas vezes - na vida – eu também escolhi o bikini. Quantas vezes eu quis ir para casa ao invés de continuar “na festa” só porque alguma coisa saiu do meu controle, ou deixei algo inesperado me inundar de frustração... Analisando bem, acho que joguei mesmo fora algumas boas oportunidades.

Para o final de semana que vem, a gente já combinou: vamos juntas na piscina com nossos biquínis de babados, mas, jamais, vamos deixar de fazer alguma coisa por falta deles.


Cinthia Fontoura
Mãe de 3

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