quarta-feira, 8 de julho de 2015

Em alta velocidade




Desde que meu filho nasceu, tenho a impressão (ou a constatação) de que estou sempre cansada. Não cansada a ponto de deixar de brincar com ele, fazer suas refeições ou preparar sua mochila da escola. Mas aquela disposição de outrora não voltou com o fim da gestação.

Em um dos raros momentos que sai de carro, sozinha, à noite (estou tão cansada que não consigo me lembrar para onde ia), comecei a pensar (ou a divagar) sobre as dificuldades de se aprender a dirigir. A primeira vez que sentamos naquele carro cheio de botões e comandos, quando o instrutor diz “dê a partida” e aquele momento que você, depois de deixar o carro ‘morrer’ mil vezes, consegue finalmente que ele ande alguns metros. É certo: você tem uma máquina mortífera em mãos.

Nesse instante se alguém me dissesse que a embreagem controla todo o carro e não o freio ou o acelerador eu certamente o chamaria de louco. Isso tudo me fez comparar a maternidade de primeira viagem ao aprendizado sobre como dirigir um carro.

Veja só, você espera ansiosamente para fazer 18 anos (neste caso, 9 meses de preparação). Quando esse dia finalmente chega, você não tem ideia do que fazer ou de como agir. Sem contar que os palpites são muitos e o conhecimento é pouco (lembra de quando você deixava o carro morrer e toda a sua família dizia um milhão de coisas enquanto você tentava se acalmar e ligar o carro de novo?). Pense bem, se alguém te dissesse que você vai saber exatamente as necessidades de seu filho quando ele te olhar, você o chamaria de louco, assim como eu fiz quando alguém me disse que eu saberia a hora de passar a marcha, porque o carro ‘iria me dizer’.

A velocidade como conduzimos um veículo ou a nossa vida após o nascimento de nossos filhos também é determinada apenas por nós mesmas. Se vai andar ou não dentro da faixa de rolamento ou simplesmente ignorar as regras (e lá na frente ser ‘multado’ por isso) também vai depender da forma como levamos o dia a dia e a educação dos nossos pequenos.

E, se no futuro, queremos ter uma geração mais consciente e engajada, devemos dirigir nossos carros nessa direção. Para nos livrarmos dos obstáculos, lombadas e faróis pelo caminho, precisamos saber a hora certa de usarmos o pedal do freio e do acelerador, sem nos esquecermos de que somos a embreagem, ou seja, estamos no controle de tudo e somos os únicos responsáveis pelos filhos que deixaremos para o mundo.

*Por Carlinha M.- Nos acompanhe clicando AQUI e curtindo nossa página no facebook.

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