Há cerca de duas
semanas fui assaltada. Assim como não foi a minha primeira vez, tenho certeza
que já aconteceu com inúmeros de vocês que estão lendo esse relato agora.
Apesar de não ser
novidade e de já ter vivido outras situações semelhantes, agora, que sou mãe, a
fragilidade da vida e a forma como aproveitamos nossos momentos passou a ser
questão de muita atenção em meu cotidiano.
Ser mãe me fez
refletir sobre a quantidade de pessoas que passam seus dias reclamando ou que
perdem a oportunidade de sorrir, abraçar, cantar e dançar... Oportunidade de
serem felizes!
Ficar sob ameaça de
dois marginais, me fez novamente refletir sobre como tenho vivido e como as
pessoas tem encarado os dilemas do dia-a-dia. Fez-me lembrar das famílias com
parentes acamados, em coma, em hospitais. Fez-me pensar sobre perder a vida sem
ao menos tê-la vivido plenamente e me provocou mudanças ainda mais profundas
que me fizeram inclusive ter medo, não só de gente, não só da vida... Mas
também da morte!
Hoje, quando entro em
casa, procuro deixar meus problemas em uma caixa imaginária do lado de fora.
Antes de sair do trabalho, lavo minhas mãos, meu rosto e coloco minha melhor
feição. Abro meu coração e vou buscar meu filho na escola. Quero dar o melhor
de mim pra ele e não aquela cansada e sem paciência, mãe que de vez em quando
teima em me dominar.
Eu sei que o susto e
o medo vão passar, pois vou continuar a fazer tudo como antes: trabalhar,
almoçar, atender ligações, participar de reuniões... Por isso, decidi escrever
aqui as coisas que não quero esquecer nunca mais, nem por um segundo. Peço
apenas a você leitor que não considere isso um conselho, mas sim um desabafo de
uma mãe que assim como tantas outras, quer estar ao lado de seu filho e sua
família ainda por muitos anos:
- Sorria para seu
filho, mesmo quando for de madrugada e ele teimar em não dormir para ficar na
sua cama.
- Abrace-o bem forte
todas as vezes que for deixá-lo e quando reencontrá-lo. Ele saberá que você o
ama.
- Não tenha vergonha
de dizer eu te amo, mesmo que você ache que ele não entende.
- Olhe-o nos olhos,
mostre sua cumplicidade.
- Não se desespere
quando não souber o que fazer. Às vezes, cantar uma linda canção pode ajudar a
amenizar o choro e confortar um coração.
- Não grite. Só se
for pra cantar bem alto!
- Pare tudo. Deixe o
celular de lado. Esqueça a novela, o trabalho, os problemas e dê atenção apenas
ao seu filho. Ele com certeza valorizará cada segundo ao seu lado.
- Lembre-se todos os
dias como a vida é frágil, está sempre por um fio. E você não vai querer apenas
passar por ela sem aproveitá-la em sua melhor intensidade.
*Por Carlinha M.
Um comentário:
Emocionante e profundo, como é importante nos policiarmos, pena que as vezes isso só venha assim em um susto. Aqui tem dias que o cansaço toma conta e a paciência vai embora. Foi bom ler e ver a sorte que temos todos os dias por termos saúde e nossos filhos ao lado.
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