Na próxima vida,
quero nascer pai!
Juro que tem
dias que falo isso. Meus filhos (assim como todos, acredito), raramente chamam
o pai para ajuda-los com suas coisas, e tem dias que confesso: só quero deitar
um pouquinho e esquecer que sou a “mãããããeeeeee”... (risos)
Pai que colabora
com a mãe quase sempre é considerado um “superpai”, simplesmente porque dá um
banho, leva pra brincar, dá comida ou troca uma fralda ocasionalmente.
Já a mãe, acorda,
prepara a lancheira para a escola, leva na escola, no reforço, faz almoço,
arruma a casa, acha tudo o que perdem, limpa o bumbum do filho, dá banho, café
da manhã, almoço, jantar, lanchinhos, faz bolo quando possível e nunca volta da
rua sem trazer ao menos um bombom, e mesmo assim é só mãe!
Não que o pai
que colabora não tenha nenhum mérito, tem sim, mas faz parte do papel de pai.
Cada um tem sua parcela de responsabilidade, afinal, um filho nunca é concebido
apenas por uma parte. Ambas contribuem com algo e assim deveria ser a via de
regra para a criação também. No entanto, na prática e na rotina de muitas
famílias, infelizmente não é bem assim.
Em pleno século
XXI vivemos em uma sociedade machista e pai que limpa vômito do filho, ganha
capa de super-herói!
Eu já ganhei
faixa de supermãe em uma festinha de dia das mães da escola das crianças, foi
até engraçado, pois me lembrei de tantas referências a superpais que sempre
ouvi e vi por aí.
Entretanto, por que
afinal eu gostaria de nascer pai? Oras, para desfrutar deste privilégio único
de não fazer quase nada e mesmo assim ser enfaixado como o super. Homens no
geral nunca acham nada que procuram, mesmo que a coisa esteja na frente deles.
É raro encontrar um pai que seja solicitado pelo filho à procurar “aquele
negócio que está lá do lado daquela coisa” OU mesmo à ajudar com os deveres da
escola, enquanto as mães... Você já se pôs a contar quantos “mãããe, mamããããe ou
manhêêê” escutamos durante um só dia? Tenho certeza que o resultado é
incontável, pois não só na minha casa, mas na casa de todos eles são
inúmeros...
Pai tem mais
liberdade, não se preocupa com quem vai deixar os filhos se tiver um
compromisso. Pai não pensa que se piscar os olhos um pouco lentamente é o
momento que o filho pode se meter numa encrenca, cair do sofá e bater com a
cabeça no chão ou mesmo engolir aquele objeto minúsculo que está brincando. Pai
com sono não acorda para dar de mamar durante a madrugada, uns sim, vamos
mencionar, mas a maioria, não!
Pai, não gera o
bebê, não tem o compromisso de nutrir o pequeno ser desde que era apenas um
feto e depois que nasce, mesmo com a ajuda da mamadeira, não tem a obrigação de
alimentar. Que seja dito que muitos pais alimentam e nutrem seus filhos desde o
ventre de suas esposas com amor, cuidados e carinho. Mas de fato quem sofre
tudo com amor é a mãe e ainda assim, é julgada pela sociedade. Seja pela via de
parto que concedeu a luz ao seu filho, seja por não amamentar (por N motivos),
seja por escolher dar somente alimentos orgânicos para a criança ou mesmo por
simplesmente comprar papinha industrializada.
Ser mãe é tudo
de bom, mas esses dias eu e meu marido estávamos deitados descansado um pouco,
(tentando descansar) e não se passaram 2 minutos, meu filho entrou dizendo:
- Mãe, quero uma
mexerica.
Levantei-me e fui,
peguei a mexerica, descasquei, cortei e dei.
Pouco tempo depois, minha filha gritou:
- Manhê! O Lucas jogou casca de mexerica na vizinha...
Dois segundos depois (não deu tempo nem de levantar), ela completou:
- Manhê! Será
que você não ouviu? O Lucas jogou casca de mexerica na vizinha!!!
Levantei e dei uma bronca no Lucas. Pensei: será que eles não estão vendo o pai? Virei pro meu marido sentado e comendo mexerica tranquiiiilo e disse:
- Na próxima vida, quero nascer pai!
E ele na maior
cara de pau, respondeu:
- Eu tenho medo é
de nascer mãe! Kkkk
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2 comentários:
Aplaudindo de pé ! ������������
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