Desde os 3 meses de
vida, o Lucas tinha o narizinho trancado e o pediatra dizia ser normal, eram: “coisas
de bebê”. Já aos 7 meses, ele teve uma crise de falta de ar séria, corremos ao
pronto-socorro e a pediatra de lá nos disse que era bronquiolite (infecção dos
bronquíolos dos bebês causada por vírus), deu antibióticos, corticoides e nos
mandou pra casa.
No dia seguinte ele
piorou muito, acordou respirando muito mal. Depois de correr atrás de alguém
para ficar com minha filha mais velha (com 3 anos e meio na época), segui para
o hospital e lá, ele logo foi atendido. A pediatra o levou com urgência para a enfermaria
e lá tomou medicações, em seguida, foi internado. Somente após 3 dias de
internação, saímos. Nunca me esqueço o dia, 23 de dezembro (tinha certeza que
ia encontrar o bom velhinho no hospital)!
Em janeiro, fomos ao
pediatra dele que deu o primeiro diagnóstico: APLV (alergia a proteína do leite
de vaca). Eu amamentava e dava complemento, troquei a fórmula comum por uma de
soja, tirei a proteína do leite da minha dieta e da dele também. Foram meses de
tratamento com bombinha, leite de soja, exclusão da proteína do leite e nada. A
cada 15 dias, íamos para o pronto-socorro, e lá ele fazia inalação, tomava antibióticos
e por aí vai...
Com 11 meses o pediatra
resolveu tirar a amamentação e entrar com o Neocate (formula livre de soja e
proteína do leite). E com 13 meses, após idas e vindas semanais, ele foi
internado pela segunda vez e desta vez permaneceu uma semana inteira.
Saímos de lá e 3 dias
depois levei-o numa outra médica (alergologista pediatra), e assim que analisou
os exames do Lucas, me disse: “seu filho não tem alergia ao leite, isso é
certeza. Mas, vamos fazer uma bateria de exames para descobrir o que de fato
ele tem". Sai do consultório e corri no mercado para comprar uma lata bem
grande de leite Ninho. Juro que ao pegar a lata, até escorreram lágrimas dos
meus olhos. Entretanto, eu mal sabia o que nos aguardava depois.
Os exames ficaram
prontos e veio o diagnóstico: “imunodeficiência primária” e a explicação de
como seria o tratamento. Primeiro viria a "burrocracia" (isso mesmo: burro-cracia),
para conseguir a medicação pela farmácia de alto custo (programa em que o governo
fornece medicamentos). Só aí se foram quase 3 meses, depois, pensar em como
aplicar a medicação num bebê de 1 ano e meio durante 6 horas na veia!
Resolvi então, acordar de
madrugada e ficar brincando com ele na sala até que dormisse no hospital durante parte da aplicação (deu super certo
sempre), mas toda vez que íamos "pegar a veia "era um sofrimento.
Como era pequeno, várias vezes se fazia necessário pegaram a veia do pezinho e
pedia ao meu marido que ficasse com ele, pois todo aquele sofrimento doía em
mim e eu acabava chorando junto... Com o tempo conhecemos o enfermeiro certo
que o entretia com brincadeira e até beijava sua mãozinha quando
"furava" a veia. Assim, seguimos mais de 2 anos nesta luta. No começo,
ele chegou a tomar 8 antibióticos em apenas 1 ano, e em dezembro de 2013
fizemos a última aplicação. Ele foi liberado apesar de ainda ter
imunodeficiência, e no ano passado tomou apenas 1 antibiótico.
Hoje, ele está super
bem, lindo, saudável e esperto... Ainda tenho certo receio de quando fica
resfriado, mas por outro lado, tenho muito a agradecer a Dra. Michele que
descobriu cedo o que ele tinha, afinal, nem todos tem esta mesma sorte...
*Por Jan M. - siga nossa página, clicando aqui e apertando "curtir"
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