Ouço há alguns anos muito se falar sobre inclusão, porém é exatamente
apenas isso: falar.
No papel, é sempre tudo maravilhoso e funciona perfeitamente, como
em um relógio. Eu poderia ficar horas falando, com base na minha visão de
educadora, sobre os prós e contras da inclusão, mas prefiro falar como mãe de
uma criança dita “normal”.
Tenho uma filha de sete anos que estudou com duas crianças especiais. Uma delas, um garotinho um ano mais velho que minha filha. Como não conseguia se expressar corretamente: ele batia, acabava sendo violento. Para
que ela não tivesse medo dele, eu precisei explicar pra ela que ele não
entendia o quanto aquilo machucava ou mesmo que machucava.
Também havia uma garotinha com uma característica especial que não
se percebia apenas pela aparência: ela tinha muita dificuldade de aprendizagem.
Minha filha, em sua ingenuidade com 5 anos na época, comentou que a amiguinha
era “preguiçosa”.
Mais uma vez, coube a mim explicar que ela iria aprender, mas do
jeitinho dela. Então eu me pergunto: e aquela mãe que não explicou?
As crianças, eventualmente, continuaram vendo a amiguinha como
preguiçosa, burra, ou até “sem cérebro”, como uma das amigas se referia a ela!
Cadê a escola que não se preparou pra receber a criança especial?
Onde estava a professora que não se atentou (ou se importou) para como as
crianças estavam percebendo esta colega?
Se me perguntarem "você é a favor da inclusão?", eu respondo: "Sou a favor, mas não a qualquer preço!”
*Por Jan M.
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