Como uma boa ariana, eu sempre fui controladora. Me programei pra quase tudo na vida. Me casei e pensava em ter filhos mais pra frente. Quando fiquei grávida, não estava planejado, mas a notícia foi muito bem recebida, apesar de inesperada. Durante os meses de espera, programei como gostaria que as coisas acontecessem. Tudo cronometrado, eu só tinha esquecido que estava lidando com outra vida, um pequeno ser que já nasceria com vontade própria.
Eu já tinha tudo
planejado. Amamentaria 3 meses (nem sequer lavei as mamadeiras que comprei. Não
tinha leite artificial em casa). Depois, apresentaria meu filho ao mundo dos
bicos de silicone e voltaria a trabalhar feliz e contente quando encontraria
uma boa escola que ficaria responsável pelos seus cuidados no período em que eu
estivesse enfiada no mundo corporativo.
O início da
amamentação foi terrível (mas vou deixar essa história pra outra hora), mas
após três meses de amamentação exclusiva chegava o momento de colocar em
prática o primeiro plano que tinha para as nossas vidas. O banho de água fria
veio quando o meu pequeno simplesmente se negou a aceitar a mamadeira... quer
dizer, as mamadeiras. Comprei absolutamente TODOS os bicos disponíveis no
mercado. Ele não aceitou nenhum deles. Ele queria estar comigo, queria o meu
leite. Sofri alguns dias sem entender porque ele ‘fazia isso comigo’ e depois
comecei a perceber que, mesmo fugindo de tudo que EU havia planejado, ELE tinha
outra programação pra nós.
Decidi esperar alguns
dias e parar de insistir nas milhares de mamadeiras e leites diferentes que
havia comprado. Lá estava eu, amamentando a cada 3 horas. Era a primeira lição
que ele me ensinava: “Mamãe, paciência!”
Comecei então a
pensar na escola... aliás, tentava pensar no assunto. Mas meu coração não
deixava. Cada segundo que imaginava meu filho sendo entregue a um desconhecido,
meu coração se dilacerava. Aquele tal ‘amor
de mãe’ tinha aflorado em mim de uma forma completamente inesperada. Era a
segunda lição que meu filho me ensinava: “Mamãe, você vai me amar mais que
qualquer plano que tenha feito”.
Acabei solucionando
com uma tia que estava ‘louca’ pra ficar com ele. Mas ainda tinha a questão da
mamadeira. Por mais que eu insistisse, ele fazia um escândalo cada vez maior a
cada tentativa. Fechei meus ouvidos pros comentários da sogra que dizia que ele
não dormia a noite porque estava viciado no peito (ele mamava a cada três horas
mesmo com 4 meses), respirei fundo e encarei esse desafio. Eu já estava
convencida, amamentaria até os 6 meses, afinal, eu tinha que me programar né.
Para minha surpresa, aos cinco meses ele não quis mais. Ele recusou o peito.
Ele desmamou sozinho. Quem ficou no vazio fui eu. Acho que entendi o que ele
sentiu quando eu quis introduzir a mamadeira a qualquer custo. E aí aprendi
minha terceira lição, uma que pretendo levar durante toda a criação do meu
pequeno: “Mamãe, por favor, espere a minha hora”.
Hoje, meu pequenos
tem 1 ano e 8 meses e quando alguém me pergunta quando vou desfraldá-lo ou
colocá-lo pra dormir na sua cama (eu confesso, ele ainda dorme no meu quarto)
eu apenas respondo: “Quando ele me der o sinal de que está pronto”.
*Por Carlinha M.
4 comentários:
Adorei né.. eu como boa ariana... tava tudo meio assim.. mas eles vem com os olhinhos deles e quebram tudo!
Acho q a pior parte eh qnd temos q deixar com algm pra trabalhar :/ a minha ta com 2 meses e ja sofro soh de pensar, pq pra mae nunca terá algm q cuide como a gente .
Nathalia, acho que é essa é uma das "decisões" mais dificeis. Assim, entre aspas, porque nunca é algo que a gente tem muita opção, infelizmente. Ter um filho e colocá-los aos cuidados de outra pessoa mexe demais conosco mesmo! Esperamos que o processo todo de adaptação seja tranquilo para você e sua bebê! Qualquer coisa, venha desabafar conosco! Um abraço!
Nossa me arrepiei, ser mãe tb é saber respeitar o momento que cada pequeno tem, diferente um do outro :-)
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