Estava grávida de novo. Uau! Grávida de novo! Sim, decidimos ter
mais um filho e aumentar a família.
A verdade é que estávamos bem menos ansiosos do que da primeira
vez. Já tinha ouvido falar que “primeiro filho é porcelana e o segundo é
tupperware” e parecia mesmo assim. Todas as inseguranças anteriores deram lugar
a uma certeza enorme de que daria tudo certo e que os terríveis 3 meses do bebê
passariam mais rápido do que antes.
Logo estávamos de novo na mesma sala de espera da
ultrassonografia obstétrica de anos atrás. Barrigas de todos os tamanhos
desfilavam por lá, pais e mães ansiosos analisando o resultado do ultra antes
mesmo de sair do centro médico. E eu comendo meu chocolatinho para animar o
baby para a hora do exame.
“Bom dia bebês!” Diz a médica animada. Eu olho para o meu marido
de rabo de olho... E ele me olha de volta sem entender. – Como assim? São dois?
A médica faz uma pausa, e solta: “Deixa-me ver se não tem mais um escondidinho
aqui” Tensão total no ambiente, vejo meu marido perder a cor e se segurar na
cadeira. “Ah, são só dois mesmo!” Tensão, misturada com alívio? E olhamos para
a tela abismados, as crianças davam cambalhotas no útero e víamos perfeitamente
dois bebês, um do ladinho do outro, enquanto a médica deslizava o aparelho na
barriga.
Pais de três! Nossa, por essa ninguém esperava. Por mais mágico
que possa parecer, eu e meu marido só pensávamos nas contas e nas despesas que
triplicariam dali para frente! Seriam 3 escolas para pagar... Um apartamento
maior, um carro maior, uma babá... Ficamos paralisados e resolvemos voltar para
casa a pé para digerir a informação. Pais de três... E a gente que olhava para os
pais de três meio que como loucos, meio que como heróis, ainda não sabíamos em
qual desses dois adjetivos nos encaixávamos.
Em uma época na qual ter filhos não se resume a aumentar a água
do feijão e que viver dignamente vai muito além da saúde e educação providas
pelo governo, a notícia nos tirou boas noites de sono, antes mesmo do
nascimento dos bebês.
Mas, passado o susto da notícia, sabemos que vamos dar conta.
Talvez a gente não vá para a Disney tão cedo, nem consiga pagar aulas de
inglês, natação, judô e ballet ao mesmo tempo. Talvez aquela festa de 1 ano
seja somente um bolinho para família. Talvez a gente até consiga administrar
três cadeirinhas no banco do carro e resolva comprar uma cama “treliche” ao
invés de mudar de apartamento...
Mas a gente vai dar um jeito! Sim, porque o mais importante
mesmo é caber todo mundo à mesa para as refeições em família, onde a gente vai
compartilhar muito mais do que alimento, vamos compartilhar nossos mais belos
sonhos. A mesa, a gente já está providenciando.
*Por Cinthia F.
2 comentários:
Cintia , li o seu texto e foi exatamente o que sentimos aqui em casa . Sou mãe de um menino de 7 anos e e duas meninas de 4. Hoje está mais fácil, o começo é loucura geral... mas no final é ter no coração esse amor de mãe que mal cabe no peito multiplicado por 3. Parabéns!
Jaqueline Ramos, obrigada pelo incentivo! Sim, já passamos da fase "loucura geral" que foram os 3 primeiros meses ;-). Agora a loucura é controlada. Abraço forte na sua família. Cinthia
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