Semana passada pegamos a
ponte aérea (Rio/São Paulo) para ir a um casamento! Eu, marido, dois bebês de 1 ano e a filhota de
7 anos. Imagina a logística! Três crianças, malas, carrinho de bebê e, claro, a
“big” bolsa dos gêmeos.
Para quem não sabe,
quando se viaja com bebês de colo não há opção de fazer check in antecipado e –
necessariamente – tivemos que pegar a fila do check in. Mesmo a fila preferencial estava
lotada. Afinal, era primeiro sábado de férias escolares. Como nos esquecemos
disso?
Já no check-in fomos
informados da impossibilidade de viajar todos juntos por causa da quantidade
limitada de máscara de oxigênio, em cada fileira, daquele equipamento. Acabamos
sentando próximos, mas separados, o que seria ótimo por causa da questão da máscara,
mas ruim para nos apoiarmos nos cuidados com os pequenos.
Viajar com criança no
colo já quer dizer que você não vai mesmo se sentir confortável, anyway. Não dá
nem para baixar a bandeja para apoiar a água... Fora que a gente fica o tempo
todo atento para o baby não puxar o cabelo de ninguém, nem dar pontapés na
cadeira da frente, nem pegar o celular da mais velha (com cara de brava) que está jogando
candy crush.
Foto by Mirror.co.uk
Mas não demorou muito
para os bebês começarem a esbravejar. Para qualquer criança de um ano, começando
a andar, ficar no colo, quieto, por 45 minutos, é tortura e choro na certa. Tentei
ser fina, coloquei o óculos como fazem as celebs para não serem reconhecidas e fiz cara de quem está no controle.
Mas, meu disfarce durou
pouco tempo. Todo o avião se solidarizou (ou se incomodou) com o chororô. Uns
tentaram piedosamente fazer gracinhas para as crianças sorrirem, outros colocaram
o fone de ouvido e ainda, os mais dramáticos, fizeram cara de “ah, se fosse meu
filho”.
Mas, a verdade, é que não
tinha mais o que fazer, dei água, dei leite, dei o brinquedinho, liguei o
celular...dei pãozinho... e a sinfonia nada harmônica continuava. Eu, como meu
marido, queríamos mais que todos que os bebês se acalmassem e, daí para frente,
cantei todas as músicas do meu repertório infantil, chegando a ensaiar por duas
vezes as primeiras estrofes do hino nacional.
Para o meu azar, ainda comecei a
passar mal. O estômago embrulhou, peguei o saquinho (do vômito), segurei forte.
Pensei, vai passar. Mas, não passava, criança chorando, dor de cabeça, estomago
virado. Não tinha jeito, tinha que pedir ajuda. Olhei para a moça que ensaiou
as gracinhas no começo do voo, dei o bebê para ela e falei “cuida dele para mim,
por favor, que preciso correr para o banheiro. Meu marido até tentou, mas dois
no colo era desastre na certa. Fui.
Quando voltei, no corredor,
ainda tive ânimo para sorrir para a Hortência (sim, a do Basquete, que também estava
no voo) e me desculpar, telepaticamente, pela turminha do barulho. Mas... fazer o
quê?
Alívio de todos mesmo foi quando o comandante informou que estávamos em
procedimento de descida.
#ficaadica mantenha a
calma. Tem vezes que gente faz de tudo e, mesmo assim, não consegue controlar o
humor do bebê. Porém, o mais importante é estar preparada e tentar, de todas as
formas, que a viagem seja a mais tranquila possível.
Para isso, conversei com
a Giovanna Luchetti, amiga e comissária de bordo há mais de 10 anos, que preparou uma listinha do essencial para ser levado na mala de mão para quem viaja com os
pequenos passar menos apuros.
A mala de mão, ou bolsa
do bebê, tem que ter tudo para suprir suas necessidades básicas de higiene,
alimentação, conforto e distração durante o vôo. Anota aí!
Higiene:
fraldas, lenço umedecido, pomada e trocador portátil.
Em voos internacionais,
dependendo da companhia há certo suporte, mas, hoje em dia, são poucas as que ainda
fornecem fraldas como cortesia. Mesmo o leite disponível pode ser muito forte (integral
em pó) para os pequenos ocasionando estranhamento com o gosto e até mesmo
gerando gases e cólicas. Leve o leite que ele já está acostumado.
Alimentação:
água, leite em pó - se não estiver mais em Leite materno exclusivo – e papinha
de sua preferência.
Se o seu filho usar mamadeiras, leve-as com água já fervida e resfriada
(pelo menos duas, uma para água pura e outra para o leite). Separe a dose certa
do leite em recipientes com divisórias especiais para essas situações (garanta
sempre doses extras para o caso do voo atrasar ou outro imprevisto). A papinha para viagens eu prefiro as
industrializadas mesmo porque são embaladas a vácuo e não precisam de bolsa
térmica para armazenagem. Outra
dica é levar a fruta ou bolacha preferida do seu pequeno, para os que já comem,
ainda mais se ele for seletivo na hora de se alimentar.
Mesmo em voos
internacionais, que o limite para líquidos é de 100 ml, os fiscais costumam ser
flexíveis com a água para o bebê. Leve água filtrada e fervida, em temperatura
ambiente, e garanta rapidez na hora de preparar o leite. Sim, tem água à
disposição no vôo, mas serão 10 minutos de choro a menos na espera da mamadeira.
Comida industrializada, líquida ou pastosa, é uma exceção à regra dos 100 ml.
Pode (e deve) levar tranquilamente.
Conforto:
chupeta (se usar), roupas extras, incluindo casaquinho ou manta para suportar o
ar condicionado.
Fora a temperatura, a
maior preocupação das mães tem que ser com o ouvido do bebê, principalmente, na
decolagem e na aterrisagem. Estar sugando (chupeta/ água) ou mamando, seja no
peito, ou na mamadeira, ajuda muito a não sentir dores devido à pressão. Como
as vias aéreas dos recém nascidos são mais sensíveis muitos médicos recomendam
esperar pelo menos 1 mês de vida para fazer a viagem. De qualquer forma, sugar ajuda
a não sentir dor independente da idade da criança. Se estiver gripada ou com otite
o desconforto pode ser muito maior (inclusive para adultos).
Distração:
tablet ou livro de colorir com lápis de cor ou canetinha.
O tablet com filmes e
aplicativos preferidos pode ser a salvação de muitas mães, acalma qualquer
criança, dos mais piticos aos maiores. Se preferir usar o celular com o
objetivo de entretenimento não esqueça de colocar no modo avião.
Dicas de
Giovanna Luchetti
Comissária de Bordo e Mãe de Francisco (7 anos) e Gabriel (4 anos)
Com texto de
Cinthia Fontoura
Mãe de 3
Para nos acompanhar clique aqui e curta nossa página no facebook